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Para se comunicar com Deus, há muito tempo o homem utiliza a poesia. O jesuíta italiano Massimo Pampaloni, do Pontifício Istituto Orientale PIO / Roma, afirma que “a relação entre poesia e Deus é buscada por causa da dificuldade de expressar em linguagem (…) o que se encontra ‘além’ da experiência direta de nossos intelectos, ou seja, Deus em si”.

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Pampoloni, que estudou Teologia no Brasil, no Centro de Estudos Superiores da Companhia de Jesus, em Belo Horizonte, diz, ainda, que a poesia de Dante Alighieri é um bom exemplo para levar Deus ao coração dos homens.
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Também abordando a relação entre arte e religião, como parte do XIII Simpósio Internacional IHU Igreja, Cultura e Sociedade: a semântica do Mistério da Igreja no contexto das novas gramáticas da civilização tecnocientífica, Pampaloni apresentará o minicurso “Semânticas do Mistério no cinema”, no terceiro dia do evento (04-10-2012), a partir das 14h30.
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Confira a programação completa do evento no site. As inscrições para o Simpósio estão disponíveis aqui.
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Por Mariana Staudt

“Temo a demasiada acomodação na Igreja, a falta de audácia no anúncio do Evangelho. Um sério problema é que, numa sociedade como a nossa, os temas da religião se tornaram demasiado abstratos, faltando demais a proximidade com o povo, com as pessoas em sua vida real. Temo que a Igreja perca essa proximidade. Sem isso, as pessoas perdem o gosto do encontro com o Outro”, relata o professor e doutor Christoph Theobald em entrevista publicada no ano de 2009 na IHU On-Line.

Professor de Teologia Fundamental e Dogmática nas faculdades jesuítas do Centre Sècvres (Paris), Theobald estará presente no XIII Simpósio Internacional IHU e falará sobre a temática ‘as grandes intuições do Concílio Vaticano II: desafios e possibilidades de aproximações às gramáticas atuais’.

Theobald defende, a partir das releituras do Concílio, uma mudança na estrutura eclesial. Para ele, a Igreja ainda é uma realidade abstrata e distante do povo. “A Igreja precisa atuar terra a terra, bem próxima da comunidade em sua vida cristã real. Penso que Deus dá a cada comunidade aquilo de que ela necessita para viver e disso decorre que se aborde a complexidade do ministério na vida da Igreja”.

E nessa perspectiva de mudança, o próprio Concílio continua sendo, para Igreja, uma referência: “Há um modo de proceder que o Concílio nos deixa como herança. Em particular, um certo modo de escutar a Palavra, de discernir os sinais dos tempos, de ter acesso à interioridade. Graças a esse tripé, por assim dizer, o Concílio poderá continuar sendo uma graça e uma bússola para os novos tempos”.

A palestra de Christoph Theobald acontece no dia 4 de outubro, das 8h45min às 10h. Para mais informações, acesse o sítio do Simpósio.

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Para ler mais:

Com o desenvolvimento cada vez mais acelerado das mídias – impressas, radiofônicas, televisivas e em especial digitais – e de suas possibilidades comunicacionais, a midiatização da sociedade torna-se um fenômeno cada vez mais instigante para a pesquisa. Dentro desse contexto, as religiões, em suas diversas denominações, são um foco especial para o estudo das sociedades em midiatização.
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Promovida pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação, a 1ª Jornada de Mídias e Religiões: “A comunicação e a fé em sociedades em midiatização” visa a promover o debate entre pesquisadoras/es e estudantes, mediante o viés específico da Comunicação, sobre os desafios e possibilidades da interface mídias e religiões em diálogo com as sociedades contemporâneas.
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“Esse evento é um convite para estudantes de diversas religiões e mídias, tanto dos cursos da graduação, quanto da pós-graduação, que pesquisam sobre o assunto ou se interessam pelo mesmo. Também é uma maneira de profissionais compartilharem informações sobre o tema e terem a oportunidade de ouvirem pesquisadores e o palestrante Prof. Dr. Pe. Antonio Spadaro (Civiltà Cattolica e Pontifícia Universidade Gregoriana, Roma, Itália), realizando, assim, a troca de conhecimentos”, diz Thamiris Magalhães, mestranda da Unisinos e coordenadora executiva do evento.
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Encontre mais informações sobre o evento no sítio do IHU.
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Para ler mais sobre o tema:

Constantemente relacionando ciência e religião, o renomado cientista Prof. Dr. Marcelo Gleiser aborda questões como a origem do Universo implicando os dois pontos. “Tanto a ciência como a religião expressam nossa reverência e fascínio pela Natureza. Sua complementaridade se manifesta na motivação essencialmente religiosa dos maiores cientistas de todos os tempos”, afirma.

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Além de professor e pesquisador, Gleiser também é escritor e roteirista, divulgando a ciência para o público em geral. Entre alguns trabalhos nessa área, destacam-se as colunas no jornal Folha de S. Paulo e a participação em documentários de televisão, como Poeira das Estrelas, Mundos Invisíveis e Como Funciona o Universo, assim como os livros A Dança do Universo e O fim da Terra e do Céu, recebendo por estes dois prêmios Jabuti.

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Brasileiro radicado nos Estados Unidos, é formado em física, possui mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorado no King’s College London, instituição ligada à Universidade de Londres. Desde 1991, atua como pesquisador e professor de Física e Astronomia no Dartmouth College, em Hanover (EUA).

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Gleiser estará presente no XIII Simpósio Internacional IHU Igreja, Cultura e Sociedade: a semântica do Mistério da Igreja no contexto das novas gramáticas da civilização tecnocientífica. Sua palestra ocorrerá no primeiro dia (02-10-2012), às 17h30, com a temática “novas gramáticas que emergem hoje das ciências”.
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Outra presença confirmada no evento é do jesuíta e cientista norte-americano Prof. Dr. George Coyne, da Universidade do Arizona (EUA), apresentando “Implicações da evolução científica para as semânticas da fé cristã”, no segundo dia (03-10-2012) às 9h.
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Defensor do diálogo entre religião e ciência, Coyne é formado em filosofia, teologia e matemática, com doutorado em astronomia pela Universidade de Georgetown. Além disso, é um estudioso da teoria de Darwin. Uma de suas teses de maior destaque é a intitulada de “universo fértil”, em que defende que o universo, embora criado por Deus, já continha todos os componentes necessários para que pudesse crescer por conta própria, sem a necessidade de intervenções divinas diretas.
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Neste mesmo dia, às 19h30, ainda será possível acompanhar um interessante debate entre Marcelo Gleiser e George Coyne intitulado “Fé e ciência: um diálogo possível?”.
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Confira a programação completa do XII Simpósio Internacional IHU. As inscrições para o Simpósio estão disponíveis aqui.
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Por Mariana Staudt
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Para ler mais:

“O filme O Sacrifício (Offret, Suécia, 1986) foi a última realização que o cineasta russo Andrei Arsensevich Tarkovski (1932-1986) ofereceu ao público antes de falecer aos 54 anos de idade, em dezembro de 1986. O filme conta a história de um eventual encontro em família para comemorar o aniversário de Alexander (Erland Josephson), professor universitário e ex-ator de teatro que vive sob a angústia que o afastou dos palcos. No encontro, todos são surpreendidos pelo anúncio na televisão acerca do lançamento de um míssil nuclear e a instrução de que todos se mantenham em suas casas até uma possível segunda ordem. A angústia de Alexander, que reúne filho, filha, esposa e amigos em sua casa, o oprime a ponto de dispor-se a um sacrifício a fim de salvar sua família e seus amigos”, escreve Joe Marçal Gonçalves dos Santos na 26ª edição do caderno Teologia Pública.

O comentário, disponível em pdf, analisa diversos pontos da obra de Tarkovski, como a maneira que a câmera se movimenta em cena e as funções dos personagens na narrativa.

Marçal Gonçalves continua: “Na opinião do diretor, ‘o filme é uma parábola’, passível a muitas interpretações, e que se propõe a discutir a humanidade e a cultura moderna em meio à década de 1980. Especulando sobre o tema da catástrofe nuclear, reúne suas críticas à civilização tecnológica, ao estilo de vida de sua cultura sob o real potencial de autodestruição do planeta pelo ser humano. O filme lança seu olhar, contudo, na direção não exatamente de uma resposta moral ou de uma ética geral; ao contrário, encarna-se no dilema pessoal do protagonista e sua atitude de auto-sacrifício cuja motivação essencial é o amor e mesmo a sua carência.”

O longa será exibido no primeiro dia (02-10-2012) do XIII Simpósio Internacional IHU, juntamente com o filme “Árvore da Vida”, de Terrence Mallick. As inscrições para o Simpósio estão disponíveis aqui.

Confira, também, a programação completa do evento.