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Indicado a melhor filme na Palma de Ouro e aplaudido por nove minutos após sua exibição no Festival de Cannes, Linha de Passe conta a história cotidiana de muitos brasileiros. Quatro irmãos, todos de diferentes pais, vivem a luta diária por uma vida melhor na conturbada cidade de São Paulo.
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Cada um dos filhos de Cleusa, que no filme espera pelo quinto filho, também de pai desconhecido, vive um drama pessoal. Enquanto o mais novo, Reginaldo, procura pelo pai obsessivamente, Dário sonha em ser jogador de futebol. Dinho se dedica à religião e Dênis, o mais velho, tem um filho bebê e uma dificuldade imensa em manter a si e à sua família.
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Confira o trailer:
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O Ciclo de Filmes Realidades do Brasil: Relações de poder e violência exibirá e debaterá o longa Linha de Passe amanhã, dia 20 de abril, às 19h30min na sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU. Quem irá debater o filme é o professor e doutor José Rogério Lopes, da Unisinos.
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O evento é gratuito! Não deixe de participar!
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Por Natália Scholz
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Para ler mais:

“Não foi a falha de imaginação ou inteligência a culpada da imprevisão (da crise econômica). A causa é a ideologia, o disfarce de interesses de classe e setores sob roupagem científica”. Esse foi o motivo da falha na previsão da crise econômica que se iniciou em 2008, segundo afirmou o ex-secretário-geral da Unctad, Rubens Ricupero em artigo publicado em fevereiro deste ano. E será assim, sem conformar nenhuma ideologia prévia, que o Ciclo de Filmes e Debates “A crise do capitalismo no cinema” vai levar os participantes a refletir sobre o tema.
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Serão apresentados e debatidos dois filmes que pretendem provocar uma compreensão de elementos centrais que desencadearam essa crise, baseando-se em interpretações geradas pelo cinema. Dessa forma, visualizam-se os filmes Inside Job (Trabalho Interno), no dia 9 de maio, e Margin Call (O Dia Antes do Fim), no dia 15 de maio, ambos exibidos na sala Ignácio Ellacuría e Companheiros, no Instituto Humanitas Unisinos.
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Para mais informações sobre o Ciclo de Filmes e Debates – A crise do capitalismo no cinema, acesse o site.

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Ao refletir sobre o filme Homens e deuses (Xavier Beauvois, França, 2010, drama, 122 min), o abade Dom Bernardo Bonowitz, considera que a obra mostra “um rosto muito lindo da Igreja, no sentido do que poderia ser o seguimento de Jesus. Os monges da Argélia apresentam uma nova possibilidade para a vida religiosa, com uma ênfase muito forte nos valores do Evangelho, com uma adesão muito grande à imitação de Jesus, uma vida religiosa realmente atraente e que também tem a ver com valores da transformação da cultura e da sociedade. E isso é interessante, sobretudo, neste século quando a inter-relação entre o islã e o cristianismo vai ser muito importante para a paz mundial”. Dom Bernardo pertence à mesma Ordem de monges que foram massacrados Argélia, episódio retratado no filme “Homens e Deuses”, que estreou no Brasil em abril de 2011.

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O filme conta a história de um grupo de oito monges franceses que vive em um mosteiro localizado no alto de uma montanha na Argélia, na década de 1990. O exército oferece proteção contra as ameaças que surgem, mas os monges a recusam. Preferem levar sua vida de forma simples, dando continuidade à sua missão independentemente do que vier a acontecer com eles. Em reflexão ao filme, Dom Bernardo respondeu à Revista IHU On-Line que “Os monges da Argélia viviam muito ligados à população local, especialmente através dos esforços médicos e, portanto, ficavam muito mais confiantes da situação da população local e criaram um tipo de cooperativa com o povo. Esse foi um dos estímulos para a comunidade, pois o mosteiro, mesmo vivendo em uma situação de claustro, não vivia em isolamento, e precisava ajudar concretamente em relação à pobreza das pessoas da localidade. Desde o tempo dos monges da Argélia as comunidades, em geral, estão experimentando um pouco mais essa proximidade com o povo local, também com iniciativas de ajuda econômica.”

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Dom Bernardo Bonowitz, monge trapista e abade, comenta o filme dirigido por Xavier Beauvois e reflete sobre um trágico episódio que deixou uma lição de seguimento a Jesus no evento de Páscoa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, no dia 28 de março, 19h30min às 22h, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros. Encontre mais informações sobre o evento no sítio.

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Por Luana Taís Nyland e Graziela Wolfart

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Para ler mais:

Inspirado em fatos reais, ocorridos na Argélia em 1996, Homens e Deuses, do diretor francês Xavier Beauvois, sustenta a tensão da crônica de uma morte anunciada. Mas o cineasta empenha-se de tal maneira em aprofundar um perfil de seus personagens, monges católicos sitiados pelo fundamentalismo islâmico, que seu filme torna-se um libelo pela tolerância.

Vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes em 2010, “Homens e Deuses” detalha a vida despojada destes religiosos que, liderados pelo prior Christian de Chergé (Lambert Wilson, de “Um Plano Brilhante”), dedicam seu tempo a orações, cânticos e trabalho agrícola, numa atmosfera de silêncio e contemplação.

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A harmonia com que os monges cistercienses se encontram em meio a população islâmica é constantemente evidenciada. Um deles presta serviços médicos em uma pequena clínica e todos são publicamente admirados pelos habitantes da região, que cresceu justamente em torno do mosteiro. Ao serem informados dos últimos acontecimentos envolvendo grupos radicais, eles vão debater justamente com líderes religiosos islâmicos, quando fica clara a cumplicidade entre as duas crenças.

Alguns se referem ao povo como “rebanho” e chegam a proferir trechos inteiros do Alcorão.

O filme escolhido como um dos melhores de 2011 será exibido no Ciclo de Filmes da Programação de Páscoa no Instituto Humanitas Unisinos e discutido com um palestrante.

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28/03 – Exibição do filme: Homens e Deuses (Xavier Beauvois, França, 2010, Drama, 11 min)

Palestrante: Abade Dom Bernardo Bonowitz, OCSO – Mosteiro Nossa Senhora do Novo Mundo, em Campo do Tenente – PR

Local: Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU

Horário: 19h30min às 22h

Para ler mais:

“O filme é uma profunda meditação tanto antropológica quanto teológica sobre a condição humana e sua inserção no cosmos. Uma reflexão de grande relevância numa época que se propõe ultrapassar o humano para chegar a um pós-humano com a pretensão de ser mais perfeito pela sua remodelação biotecnológica”, escreve o professor no PPG em Saúde Coletiva da Unisinos, José Roque Junges, ao comentar o filme “A Árvore da Vida” de Terrence Malick para o nosso blog.

Estrelado por Brad Pitt, Sean Penn e Jessica Chastain, o drama estadunidense lançado em 2011 e ganhador da Palma de Ouro de Cannes gerou inúmeras discussões nas redes sociais, blogs e fóruns, tendo diversos artigos publicados no site do Instituto Humanitas Unisinos – IHU. Para dar continuidade ao debate, convidamos o professor Roque a dar sua opinião sobre o longa:

“O filme aborda uma das principais tensões que define e atravessa tanto a experiência humana quanto as dinâmicas cósmicas: natureza e graça. O sistema técnico e mais ainda biotecnológico que determina o atual universo simbólico da sociedade humana tende esquecer essa tensão necessária e benéfica como fautora de vida. Essa constatação aparece no rosto e nas auto-reflexões do filho já adulto rodeado por imensos edifícios no seu ambiente tecnificado de trabalho. A natureza é determinismo, necessidade e violência em tensão dialética com a graça que é liberdade, espontaneidade e amor.

A cultura pós-moderna tende acentuar um ou outro polo, levando a reducionismos que estão na raiz de muitas patologias da sociedade atual. No filme, essa tensão está presente principalmente no micro universo das relações familiares pelo rigorismo do pai e a ternura da mãe, nas brincadeiras entre os meninos, mas também no macro universo pela beleza e grandiosidade do surgimento do universo ou quando, por exemplo, o dinossauro retém a sua violência diante da vítima. O esquecimento dessa tensão pode ter a sua origem no próprio esquecimento de Deus na mentalidade hodierna.

O filme certamente propõe essa reflexão e por isso provoca reações contrárias. Esse olvido de Deus conduz à negação da necessidade de salvação para o ser humano como única maneira de superar essa tensão entre natureza e graça pela redenção transcendente do humano e de toda criação. Ela aparece no final do filme quando os personagens aparecem reconciliados num ambiente de paz e reconciliação, no qual natureza e graça estão integrados harmonicamente, respirando-se já um ar de escatologia.”

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