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“O tema da medicalização diz respeito às múltiplas formas como os saberes e práticas médicas participam da produção dos nossos modos de viver. Produzir subjetividade é produzir um modo de afetar e ser afetado pelos fatos da vida. A subjetividade define, entre outras coisas, a maneira como eu percebo as coisas, o mundo, me percebo, autoanaliso as situações em que meu corpo se insere. E nesses fatos, a medicalização entra como uma espécie de filtro produzido a partir dos agenciamentos que esse corpo e essa subjetividade integram, que passa a perceber o mundo e agir nele segundo uma lógica “imposta” pelo filtro da medicalização”, analisou Ricardo Teixeira, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP, em entrevista concedida à IHU On-Line.
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Na opinião de Luis David Castiel, “embora o fenômeno da medicalização seja visto como a ingerência da medicina noutros campos do saber e, sobretudo, em questões essencialmente sociais, não é raro também ser relacionado à elevada dependência dos indivíduos e da sociedade da oferta de serviços e bens de ordem médico-farmacêutica e seu consumo cada vez mais intensivo. Pode-se dizer que a medicalização, hoje, envolve mais atores, instituições, empresas, interesses e práticas tanto curativas como preventivas, e reflete as transformações relativas aos modos como fenômenos de saúde, doença e risco têm sido produzidos, definidos, classificados, administrados e vividos”.
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“Criar a doença e o tratamento é uma invenção genial para uma sociedade que se sustenta na contínua produção de novas necessidades, que rapidamente entrarão no circuito do consumo”, comenta Fábio Alexandre Moraes.
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Os intensos e fecundos debates propiciados pelo I Seminário em preparação ao XIV Simpósio Internacional IHU Revoluções tecnocientíficas, culturas, indivíduos e sociedades. A modelagem da vida, do conhecimento e dos processos produtivos na tecnociência contemporânea, suscitou o tema principal da edição 420 da revista IHU On-Line.
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Além deste tema, Daniel Arruda NascimentoEdgardo Castro debatem sobre Agamben. Segundo Nascimento, a obra do filósofo italiano “permite o trânsito entre as reflexões que estão originalmente ancoradas” em diversos saberes “sem descuidar da fidelidade à questão dada”. E para Castro, “pode-se entender em vários sentidos a tese, sustentada por Agamben, de que o exercício do poder nas sociedades contemporâneas implica a decisão sobre a exceção, sobre, em última análise, o que está em relação com a lei ao ser posto fora dela”.
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Além disso, pode-se conferir os Destaques da Semana, dando ênfase para a Reportagem sobre a menina Luiza e o IHU em Revista que traz a agenda de eventos, a publicação em destaque, o retrovisor e duas opções de livros.
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Boa leitura!

 “Acho que os olhos e o olhar em geral continuam a ser muito mais importantes que o cheirar, o provar/palatar e o ouvir. A música atual (mas acho a música em geral) parece que não tem ‘sentido’ sem vê-la no hic et nunc da sua própria elaboração. Às vezes, ver a musica é mais importante que ouvi-la. Lembro um fragmento do livro de Thomas Mann, Doctor Faustus , onde ele afirma que algumas obras musicais supremas, tipo a arte da fuga de Bach , deveria ser lida, não musicada. Mas cada clip mais banal de Vídeo Music é aceito mais pela qualidade das imagens que pelo estilo musical. Ou seja, a montagem das imagens é parte constitutiva do ritmo, mais que os instrumentos musicais ou a voz do cantor(a). Participar ao vivo na primeira fila de um concerto rock ou de uma opera de Puccini  é diferente de escutar ao morto no próprio CD. O olhar fixa a música e favorece um entendimento sensorial melhor que o simples escutar”, afirma Massimo Canevacci, professor de antropologia cultural, arte e culturas digitais, em entrevista à revista IHU On-Line.

A edição 419 da revista traz como tema de capa a Imagem. Baseada no evento promovido pelo curso de Comunicação da Unisinos, as entrevistas buscam trazer uma reflexão sobre “o que vemos e o que nos olha”, com diversos pesquisadores do assunto, como Erick Felinto de Oliveira, Tiago Ricciardi Correa Lopes, Sonia Montaño, Flávio Dutra e Cybeli Moraes.

Também a Reportagem da Semana está especial, em formato de história em quadrinhos, com texto e fotos do jornalista Ricardo Machado e ilustrações de Pablo Aguiar.

Completam a edição mais duas entrevistas. Didier Ottaviani, filósofo francês, debate a obra de Dante e Rita de Cássia Codá dos Santos expõe a obra “Exortação aos Gregos” de Clemente de Alexandria e que ela traduziu para o português.

Juntamente com os eventos da semana, a revista IHU On-Line traz nessa edição entrevistas com os conferencistas do I Seminário do XIV Simpósio Internacional IHU – Revoluções Tecnocientíficas, Culturas, Indivíduos e Sociedades.

Confira!

Para ler mais:

O filósofo e teólogo Søren Aabye Kierkegaard , nasceu em 5 de maio de 1813 na cidade de Copenhague, na Dinamarca. Seus trabalhos falam sobre o existencialismo, a maneira que cada indivíduo deve viver, a questão do comprometimento pessoal, a ética cristã e as instituições da Igreja.

A Revista IHU On-Line nº 418 celebra o bicentenário de Kierkegaard e seu pensamento. O teólogo Márcio Gimenes de Paula aborda o tema das críticas de Kierkegaard ao cristianismo, dizendo que a experiência do cristianismo era algo “humanamente impossível”. Jonas Roos, por sua vez, afirma que “O tornar-se cristão não é um tema entre outros na obra de Kierkegaard, mas o núcleo de seu pensamento, o fio vermelho, por assim dizer, que atravessa toda a sua obra”.

A IHU On-Line também entrevistou Álvaro Valls, professor titular do PPG de Filosofia da Unisinos, Jacob Howland, do departamento de Filosofia da Universidade de Tulsa, nos Estados Unidos,  Poul Lübcke, que leciona na Universidade de Copenhague, entre outros.

Tenha acesso a Revista IHU On-Line, de forma impressa no campus da Unisinos São Leopoldo ou de maneira virtual clicando no link.

Para ler mais:

A obra de Immanuel Kant e o conceito de autonomia são indissociáveis. Seu sistema moral “incide de muitas formas sobre sua filosofia moral. Entretanto, a maioria dos comentadores e teóricos tenta desvincular os escritos éticos de Kant das complexidades do sistema”. A afirmação é do filósofo norte-americano Jerome B. Schneewind, autor do clássico The Invention of Autonomy: A History of Modern Moral Philosophy (New York: Cambridge University Press, 1998), publicado em português como A invenção da autonomia (São Leopoldo: Unisinos, 2001).
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Examinar o conceito de autonomia em suas diferentes acepções e, sobretudo, analisar a herança e atualidade kantiana para compreendermos os desafios que se colocam em nosso tempo a partir do protagonismo e responsabilidade do sujeito é o tema em discussão da revista IHU On-Line desta semana.
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“O indivíduo egoísta coloca em primeiro lugar a satisfação de suas pulsões a qualquer preço, ao passo que o individuo autônomo, propugnado por Kant, quer antes de tudo ser capaz de deliberar sobre as coerções de suas pulsões para, então, poder ter a liberdade de refreá-las ou assumi-las de uma forma simbólica viável”, analisa o filósofo e psicanalista Mario Fleig.
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Nos Destaques da Semana, ao analisar o confronto do pensamento de Heidegger e Santo Agostinho, Maria Manuela Brito Martins defende que o pensador alemão exige esforço constante de leitura e releitura e que sua especulação é importante para o domínio da reflexão filosófica, teológica e psicanalítica.
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A Reportagem da Semana trata sobre a questão da autonomia com o aborto, matéria intitulada de “Cenas de um tabu (im)praticável”, que conta a história de Fernanda, nome escolhido para preservar a identidade da entrevistada. Além de outras matérias, o Artigo da Semana é sobre “Semiárido e Arendt: notas de uma experiência revolucionária possível” e foi escrito por Daniel Arruda Nascimento.
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Confira a edição 417 da revista IHU On-Line sobre “A autonomia do sujeito, hoje. Imperativos e desafios“.
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Por Luana Taís Nyland
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Para ler mais:

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“Abordar a questão das mudanças no trabalho é como caminhar no fio da navalha, pois não significa que a evolução tecnológica necessariamente tornou o trabalho melhor ou pior, mas que agora opera sobre outra lógica. Na agência de marketing digital Cadastra, em Porto Alegre, cerca de 60 pessoas trabalham diariamente em um local absolutamente aconchegante.” Esse é um trecho da última matéria escrita por Ricardo Machado, jornalista da IHU On-Line, para a “Reportagem da Semana“.
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Na edição anterior, 415, a reportagem sobre o Palácio de Christiansborg trouxe a reflexão do jornalista: “Apesar dos 300 anos que separam o Iluminismo dinamarquês da contemporaneidade, os períodos guardam suas semelhanças, pois ambos são momentos de transição. As ideias iluministas de Rousseau, Diderot e Voltaire permitiram pensar a vida na Europa dos séculos XVIII e XIX em um sentido de transcendência, avançando na compreensão do ser humano em relação à Idade Média”.
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Além dessas duas matérias, ele também escreveu sobre a transexualidade: “Gabriella se vê como mulher e espera que o mundo a veja da mesma forma”, e sobre a “Vida de Maria“, uma moradora de um bairro humilde que possui como única renda 190 reais mensais, provenientes do Bolsa Família, relativos a quatro netos que moram com ela.
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As reportagens de Ricardo têm despertado curiosidade nos leitores. Por isso, ele nos explica de onde surge a sua inspiração e como iniciou essa ideia de fazer uma reportagem semanal contando histórias da vida real que precisam ser conhecidas e admiradas. Confira o vídeo:
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Por Luana Taís Nyland