A data de 11 de dezembro de 2012 vai ficar marcada na memória e na história de todos/as aqueles/as que, de uma forma ou de outra, estiveram envolvidos/as com a trajetória da Economia Solidária na cidade: foi aprovado, por unanimidade, o Projeto de Lei n.º 1096, que institui a Política Municipal de Fomento a Economia Solidária no Município de São Leopoldo.
A construção da Economia Solidária remonta aos anos 1990, através de experiências que vão consolidando-se enquanto uma opção de organização de trabalho e de produção diferenciada, caracterizada por:
– funcionamento coletivo e democrático, estimulando a solidariedade e a cooperação entre seus membros;
– relações de colaboração solidária com outras organizações e com a população em geral, colocando a satisfação plena das necessidades de todos como centro e fim da atividade econômica;
– busca de uma relação de intercâmbio respeitoso com a natureza.
Em suma, Economia Solidária é o conjunto de atividades econômicas organizadas e realizadas solidariamente por trabalhadores/as sob a forma de autogestão. É um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver. Sem explorar ninguém, sem querer levar vantagem, sem destruir o ambiente. Cooperando, fortalecendo o grupo, sem patrão nem empregado, cada um pensando no bem de todos e no seu próprio bem.
Pretende ser uma alternativa ao modo capitalista de organizar as relações sociais. Atualmente, tem sido uma estratégia de enfrentamento da exclusão social gerando trabalho e renda em formas coletivas, que se propõem a colocar os princípios da ECOSOL em prática.
No município, desde 2005, o movimento está organizado no Fórum de Economia Solidária de São Leopoldo – FESSL, entendido como um espaço de articulação da rede de Ecosol, nas discussões dos temas e demandas trazidas pelos grupos, buscando a viabilização de políticas públicas ao fomento da Economia Solidária no município. É um espaço de auto-organização dos empreendimentos econômicos solidários, que conta, também, com a participação de gestores públicos (Departamento de Economia Solidária da SEMEDES, aqui em São Leopoldo) e entidades de apoio (Programa TECNOSOCIAIS / Unisinos).
É dessa articulação que nasce este primeiro, mas importante passo, de muitos a serem dados para a consolidação da Política Municipal de Fomento a Economia Solidária no Município de São Leopoldo ora aprovada, para que realmente fortaleça os grupos de economia solidária em uma dimensão que transcenda o aspecto meramente econômico, potencializando as implicações políticas, culturais, sociais e ambientais.
Em se tratando da economia solidária, o processo deverá ser sempre muito mais que o de gerar trabalho e renda: visualiza-se um/a cidadão/ã pleno/a e atuante, quer pela participação autogestionária e solidária, quer seja pelas ações que será capaz de desenvolver, na busca por políticas públicas, bem como na construção de estratégias de efetivação de direitos, relações pedagógicas emancipatórias, constitutivas de processos de politização da classe trabalhadora e, consequentemente, da melhoria da sua qualidade de vida.
Este é um importante momento neste processo. Entretanto, é fundamental que todos/as se mantenham firmes e articulados, na busca pela real efetivação da Política Municipal de Fomento a Economia Solidária no Município de São Leopoldo. Cumprimentos a todos/as os/as envolvidos/as, mas lembrem-se: essa construção deve continuar, de forma coletiva e solidária!
Equipe do Programa Tecnosociais/Unisinos