
Em São Paulo foi criada uma lei que proíbe a utilização de sacolinhas plásticas nos supermercados e isso causou diferentes opiniões. Há quem fique indignado, há quem concorde e há também quem não entende nada sobre o assunto. As sacolas plásticas vinham sendo utilizadas em larguíssima escala e, na maioria das vezes sem a menor necessidade (para carregar um litro de leite apenas, por exemplo, muita gente chegava a usar até duas sacolas). Dessa maneira, criou-se a lei de proibição das sacolas plásticas nos supermercados, com intuito de fazer o bem ao meio ambiente. Cada um deve fazer a sua parte e colaborar com a natureza, mas algumas pessoas ainda têm dúvidas sobre a verdadeira importância dessa lei para a natureza.
Com isso, a coordenadora do programa Tecnosociais do Instituto Humanitas Unisinos, Célia Maria Teixeira Severo, explicou e opinou sobre o assunto.

“Infelizmente, a utilização de sacolas plásticas já está incorporada na nossa rotina como algo normal, corriqueiro. Produzidas a partir de plástico filme (PEBD), elas não são biodegradáveis e levam séculos para se decompor na natureza, tornando cada um de nós, consumidores(as), um(a) colaborador(a) passivo(a) de um dos vários processos de degradação ambiental. Grande parte do lixo descartado inadequadamente contribui para os alagamentos urbanos, entupindo bueiros e impedindo a passagem da água ou indo parar nos rios, que desaguam no mar, sendo que, muitas vezes, as sacolinhas são confundidas, por animais marinhos, com alimento, que as ingerem e morrem engasgados ou asfixiados. Outra perspectiva a ser considerada é a de que a produção de sacolas plásticas contribui para o aquecimento global, pois os processos de refino do petróleo e da sua fabricação consomem água, energia, liberam efluentes e emitem gases poluentes. Essas e outras tantas possibilidades poluentes desencadeadas ao despejarmos bilhões de sacolas plásticas no mundo todos os anos, transformam o plástico em um grande vilão a ser combatido. Neste contexto, como sujeitos sensibilizados para estas questões, não basta que nos preocupemos apenas com as sacolinhas de supermercado. É só observarmos nosso consumo diário para constatarmos quanto plástico é utilizado para embalar roupas, eletrodomésticos, alimentos e outros tantos produtos de uso cotidiano. Torna-se fundamental que possamos desenvolver ações de educação sobre consumo responsável, coleta seletiva, reciclagem, geração de energia e readequação da utilização dos plásticos, além de buscar alternativas que propiciem a troca por embalagens ecológicas e sustentáveis. Certamente não será uma tarefa fácil, mas é urgente e extremamente necessária. Nosso planeta agradece.”
.
É importante citar que foi realizada uma entrevista especial com
Luiz Jacques Saldanha, ambientalista, para a IHU On-line e será publicada no
sítio do IHU dentro dos próximos dias. Confira um trecho da entrevista sobre o novo paradigma ecológico do Brasil.
.
“São aqueles que vivem da compra e venda e da oferta e procura que se mobilizaram para cumprir uma decisão local. Onde está o governo federal que deveria ser o primeiro, juntamente com os governos estaduais, principalmente os que se apresentam como vanguardas políticas e sociais, buscando um novo patamar para se apresentar na tal Rio+20? Parece que o “papel” de ecologistas e progressistas ficou mesmo para o setor que simplesmente não teria este compromisso de agente de transformação social. Enfim, este é o novo paradigma ecológico que vivemos no Brasil: são as raposas que estão cuidando do galinheiro.”
.
Por Luana Taís Nyland
.
Para ler mais: