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O sétimo filme da franquia de ficção científica, que estreou no final de 2015, traz muitos easters eggs [1] com o original, lançado em 1977. A produção é um reencontro dos fãs com Star Wars. Primeiramente, a franquia de Star Wars, que tem, ao todo, sete filmes, não começa pelo “filme um”. O primeiro filme lançado chama-se Star Wars – Episódio IV – Uma Nova Esperança, de 1977. Essa produção foi a apresentação desse universo (literalmente) formado por diferentes planetas, alienígenas, jedis, Sith e de personagens que marcaram a história do cinema, como Luke Skywalker, Darth Vader, Mestre Yoda, Obi-Wan-Kenobi, Han Solo, Princesa Leia, entre outros.

O episódio IV é o filme que abriu as portas de Star Wars. Depois desse filme vieram às sequências Episódio V – O Império Contra-Ataca (1980) e Episódio VI – O Retorno de Jedi (1983). No final da década de 1990 e início dos anos 2000, Star Wars lançou sua segunda trilogia, porém, não era uma continuação, era um prelúdio dos três primeiros episódios. A trama tinha como foco a história de Anakin Skywalker, mais conhecido como Darth Vader. Para contar essa história foram exibidos nos cinemas o Episódio I – A Ameaça Fantasma (1999), Episódio II – Ataque dos Clones (2002) e Episódio III – A Vingança dos Sith (2005).

Easter eggs

Star Wars – Episódio VII – O Despertar da Força (2015) é uma sequência do filme de 1983. Uma continuação depois de mais de 30 anos (32 anos, para ser exato), por isso era grande a expectativa em torno do novo filme. E a expectativa não foi frustrada. O longa-metragem foi bem recebido por fãs, crítica e bilheteria (até agora, o filme já faturou US$ 1, 73 bilhão, tornando-se a terceira maior bilheteria da história do cinema, ficando atrás, por enquanto, de Avatar – US$ 2, 7 bilhões – e Titanic – US$ 2,1 bilhões).

Fonte: Cinema a Dois

Se o Episódio IV é um encontro do fã com esse novo universo, o Episódio VII é um reencontro. Não só pelo fato do filme ser uma sequência que acontece após três décadas de espera, mas, também, por ser muito semelhante ao filme de 1977. Os easter eggs estão espalhados por todo o filme, prato cheio para os fãs que gostam de “caçar easter eggs”.

A cena que abre o filme, com uma nave atravessando o universo, é praticamente igual ao filme de 1977. Um dos componentes do enredo de O Despertar da Força gira em torno do robô BB-8, que precisa entregar para a Resistência uma parte do mapa, que foi inserida em sua memória, que contém a localização do desaparecido Luke Skywalker. Vale lembrar que Luke é o jedi que trouxe a paz para a galáxia na trilogia clássica e um dos principais personagens do novo filme porque só ele pode restaurar, novamente, a paz da galáxia e destruir a Primeira Ordem.

No episódio IV, temos uma situação bem parecida: após a Princesa Leia conseguir os planos para derrotar a Estrela da Morte (principal arma do Império), ela, antes de ser capturada, insere tais informações no robô R2D2 e pede para entregá-las a Obi-Wan-Kenobi.

Recapitulando

Para quem não está situado com Star Wars e quer entender melhor a trilogia clássica, temos a seguinte situação: os jedis são os principais heróis do universo, enquanto os sith, são os “inimigos”. Eles têm ensinamentos parecidos com os jedis, porém, usam esses aprendizados para o “lado negro da força”. Os sith querem dominar a galáxia. Após a queda dos jedis (situação que é explicada na segunda trilogia – lançada entre 1999 e 2005), os sith conseguem dominar toda a galáxia. O que antes era uma democracia passa a ser uma ditadura. A República transforma-se no Império.

O Império é comandado pelo Imperador (Darth Sidios) e por seu principal pupilo, Darth Vader (que, antes de se render ao lado negro da força, havia sido o jedi Anakin Skywalker). Mas nem todos os cidadãos do universo se renderam ao Império, por isso existe a Aliança Rebelde, chamada no filme atual de A Resistência. Este grupo, com as informações obtidas por Leia e inseridas no R2D2, pretende acabar com o Império e sua principal arma, a Estrela da Morte, uma estação espacial gigantesca e impenetrável, que, com apenas um disparo, é capaz de eliminar um planeta.

O Despertar da Força

Em O Despertar da Força, o vilão chama-se Kylo Ren, um dos líderes da Primeira Ordem, que é o que sobrou do Império. A Primeira Ordem tem uma arma muito parecida com a do antigo Império, chamada Starkiller. No entanto, o poder de fogo dessa nova arma é muito maior que a da Estrela da Morte original, pois com um único disparo pode destruir mais de um planeta.

As semelhanças com o filme original são muitas, além das estrelas da morte, dos robôs mensageiros e dos easter eggs, ainda temos os heróis: Finn e Rey. Rey é uma órfã que vive em um planeta distante e mal sabe da história da guerra entre o Império e a Aliança Rebelde, conhece muito pouco sobre os jedis e nem sabe direito o que está acontecendo naquele momento na galáxia. A situação de Rey é muito parecida com a de Luke Skywalker: órfão, vivendo em um planeta distante e de repente se vê em uma guerra e torna-se o herói da galáxia. Finn é um stormtrooper [2] que decide abandonar seu posto e fugir do domínio da Primeira Ordem logo na sua primeira missão. Em meio a essa fuga, Finn vai parar no planeta Jakku e encontra Rey, que nesse meio tempo também já encontrou BB-8, e se juntam, mesmo sem querer, para salvar a galáxia.

Por conta dessas semelhanças, O Despertar da Força, apesar de ser o episódio VII e a primeira continuação depois de mais de 30 anos, está mais próximo de ser um reboot[3] do Episódio IV do que uma continuação. Entretanto, trata-se de uma continuação.

Novos heróis

Os protagonistas do Episódio IV eram Luke, Han Solo e a Princesa Leia. Os heróis eram os homens, enquanto a mulher, apesar da Princesa Leia já ser uma figura feminina forte, era “indefesa”, precisava da ajuda dos homens para sobreviver. Mesmo que tenha conseguido pegar os planos para destruir a Estrela da Morte, Leia não conseguiu concluir todo o objetivo pois foi capturada por Darth Vader. Ela precisou da ajuda de R2D2 para levar os planos até Obi-Wan e depois da ajuda de Luke e Han Solo para escapar de Darth Vader.

Os dois protagonistas do atual filme são personagens novos, Finn e Rey. O ator John Boyega, que interpreta Finn, é negro. O personagem Darth Vader tem sua voz (que tornou-se clássica e é uma das “marcas” do vilão) dublada pelo ator James Earl Jones, porém, ele não aparece no filme e quem interpreta Vader é o ator David Prowse, ator britânico e branco.

O primeiro personagem negro a aparecer com mais destaque é Lando Calrissian, em Star Wars – Episódio V – O Império Contra-Ataca (1980). E, nos primeiros momentos, ele é visto como um vilão por conta de sua traição a Han Solo e a Princesa Leia. Depois Lando se redime e passa a ser um dos mocinhos. Na segunda trilogia, temos o jedi Windu, interpretado pelo ator Samuel L. Jackson. Porém, apesar da representatividade de personagens negros importantes no universo Star Wars, nenhum deles é o protagonista, eram apenas coadjuvantes na história.

Fonte: The Telegraph

Finn, além de ser um dos principais personagens, é o primeiro herói negro de Star Wars nos cinemas (Darth Vader também é o protagonista dos filmes que participou, mas é um vilão e apenas sua voz é interpretada por um ator negro). Inclusive, o fato de o filme ser protagonizado por um negro e uma mulher, gerou protestos racistas e machistas na internet, em que fãs diziam que iriam boicotar a estreia do filme por conta dos protagonistas.

Novo vilão

Temos, também, o vilão Kylo Ren. Diferente de Darth Vader, um “vilão pronto” e decidido, que sabia o que queria, Kylo Ren é um vilão em construção. Ele está perdido, não sabe exatamente o caminho que quer (pelo menos até o final do filme, quando sua “decisão fatal” faz com que ele decida qual caminho quer seguir).

Ao contrário de muitos vilões, Kylo Ren não teve uma infância trágica. Ele pertencia ao novo grupo de jedis que Luke estava treinando. Kylo Ren, cujo nome verdadeiro é Ben Solo, filho de Han Solo e Leia, volta-se contra os jedis e os mata. Ele quer seguir o caminho de seu avô, Darth Vader (Anakin Skywalker, verdadeiro nome de Vader, é pai de Luke e Leia, que são irmãos). Kylo Ren é a razão pela qual Luke sumiu. Após ver seus jedis mortos, ele se sente culpado e decide desaparecer.

Fonte: Jovem Nerd

Kylo Ren é confuso, não sabe ainda se quer seguir os caminhos de Darth Vader ou se redimir. O ataque a outros jedis, mesmo que a comparação possa ser exagerada, pode ser interpretado como um ataque de fúria de algum adolescente rebelde que percebe as contradições entre os pais (e o tio) que salvaram a galáxia e o avô que transformou a República em Império. Para chamar atenção, Kylo Ren decide seguir o avô.

Personagens

E a diferença na construção dos personagens pode ser vista na época de cada filme. Nos anos 1970, as pessoas quando chegavam aos 20 e poucos anos já estavam com o futuro decidido: trabalhar e ter uma família. Claro que isso não é uma regra, mas é algo que normalmente acontecia. Atualmente, um jovem de 20 e poucos anos, muitas vezes não sabe o que quer, está sempre com milhares de tarefas da aula e do trabalho, não sabe se a carreira que está cursando é realmente a definitiva. Kylo Ren representa os paradoxos da juventude contemporânea que precisa definir identidade, “ser alguém”, mesmo que isso signifique escolher o lado negro da força.

Já Rey é a principal personagem do filme. Rey é uma menina forte e independente. É ela que ajuda Finn a fugir do planeta Jakku, quando a Primeira Ordem chega até lá atrás de BB-8 (a Primeira Ordem também tem interesse no paradeiro de Luke), é ela que pilota a nave de fuga. No fundo, é Rey a verdadeira heroína do filme, é ela própria o “Despertar da Força”.

A força das meninas

Uma cena que chama a atenção pela independência do personagem feminino é quando Finn e Rey se conhecem. A Primeira Ordem chega até o planeta Jakku e os stormtrooper vão atrás dos dois. Eles começam a correr, Finn “puxa a frente” e a todo o momento tenta segurar a mão de Rey, afim de protegê-la. Isso é normal em filmes.

Fonte: Omelete

O mocinho corre e segura a mão da menina, para ela não se soltar dele, para dar a ideia de que ela está protegida. Mas isso não acontece em O Despertar da Força. Todo o momento que Finn tenta segurar a mão de Rey, ela pede para soltar e, ao mesmo tempo, em meio a correria e disparos, ela também tenta entender o porquê dele querer segurar sua mão. No fim desta cena, vemos o que já foi descrito no parágrafo acima: Rey salva Finn e eles saem do planeta graças as habilidades de piloto dela, que pega uma nave e consegue fugir da Primeira Ordem.

Protagonismo feminino

Rey é a grande personagem do filme. Ela se junta ao “time de meninas independentes” da Disney [4] em 2015, que ainda tem como membros a agente Carter (protagonista da série de mesmo nome, lançada pela ABC – estúdio que pertence a Disney – e mostra Carter sendo a única agente mulher no final da década de 1940 e tentando conquistar seu lugar em meio a outros agentes homens) e Jéssica Jones (personagem da Marvel – a editora de quadrinhos pertence a Disney – e protagonista da série de mesmo nome lançada pela Netflix que conta a história de Jéssica, que sofre abuso sexual de um homem que tem o poder de controlar a mente e teve que conviver com o fardo de ter sido estuprada até ter coragem de ir atrás do homem que lhe causou esse trauma).

Assim, Rey não só despertou a força dos jedis para salvar a galáxia, como, também, despertou a força do poder feminino. E logo a Disney, que desde cedo “ensinou” que as mulheres deveriam ser princesas e esperar pelo Príncipe Encantado, agora passa a desconstruir a imagem da mulher frágil com protagonistas femininas fortes e independentes. Sinal dos tempos, a “força despertou”.

Por Matheus Freitas

Notas

[1] O termo easter egg significa ovo de páscoa, em inglês, mas também é o nome dado a segredos escondidos em filmes, séries, sites etc.

[2] São os guerreiros do Império e da Primeira Ordem. No tempo do Império eles eram clones, já durante a Primeira Ordem, os stormtrooper são pessoas capturadas quando crianças de diferentes plantes e treinadas para serem soldados da Primeira Ordem.

[3] Reboot significa “reinício” e normalmente é usada para caracterizar uma franquia que é trazida de volta, porém, com um novo elenco e, às vezes, com uma nova história.

[4] Em 2012, a Disney comprou a Lucasfilm, produtora de George Lucas (criador de Star Wars).

As manifestações estão ocorrendo em várias cidades do país. Nos últimos dias, aqui no Rio Grande do Sul, ocorreram manifestações em Porto Alegre e Novo Hamburgo, mas a cidade de São Leopoldo também está se movimentando para mobilizar a população. Já são mais de dez mil pessoas confirmadas no Facebook para o evento que ocorrerá hoje, quinta-feira (20-06). Conversamos com alguns participantes do movimento para saber o principal propósito dessa manifestação, e eles responderam que o objetivo é reivindicar “o descaso com saúde, segurança e educação que vivemos, muito por causa da corrupção dos nossos governantes”. Segundo eles, a manifestação apoia o movimento nacional.
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“Somos criticados, e eu concordo com a crítica, por não termos uma causa, um foco. Acontece que o brasileiro está há muito tempo esperando para ter voz. As pessoas têm muitos nós na garganta, muita coisa que causa indignação. Então, nesse momento, cada um grita onde a ferida doí mais, e não podemos proibir isso”, disse F. (que preferiu não se identificar), estudante de Publicidade e Propaganda (UNISINOS), uma das integrantes do núcleo da organização do protesto, sobre as críticas de pessoas que não compreendem a real intenção dos movimentos.
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Segundo os integrantes do núcleo, não há partidos envolvidos com o movimento. “A ideia é que ninguém leve bandeiras de qualquer partido. A verdade é que a maioria de nós tem se decepcionado muito com todos os partidos, sem exceção, então entendemos que, no momento, nenhum deles nos representa, nenhum deles vai representar a nossa indignação e nossa luta. Somos um único povo, lutando por direitos básicos dos cidadãos brasileiros, dos cidadãos leopoldenses”, afirmam.
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Quando questionados sobre a violência mostrada em outros casos, disseram que a manifestação tem que ser totalmente pacífica: “Pregamos isso a todo o momento. Atos de violência ou vandalismo contra o patrimônio público e/ou privado são totalmente incoerente com nossas causas. Claro que não podemos garantir os atos de cada manifestante, mas não vamos aprovar atos de vandalismo”.
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O que esperam dessas primeiras manifestações pelo Brasil é que sirvam para acordar o povo brasileiro, para que a população vá para as ruas lutar por seus direitos. “É muito importante, que não se pare por aqui, que sejam identificadas as maiores “feridas” da nossa cidade e que se lute para mudar isso. Vivemos num país onde se trabalha até a metade do ano para pagar impostos, o que seria correto se tivéssemos saúde, educação e segurança de qualidade, mas não temos, e o fruto disso tudo é a corrupção desse país”, finaliza B. (que também preferiu não se identificar), estudante de Química Industrial (ULBRA).
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Por Luana Taís Nyland
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Para ler mais:

Muitos pesquisadores criticam o Facebook pela maneira como as pessoas o utilizam, e acusam os usuários de serem egocêntricos e se espelharem no mito de Narciso. Críticos também escrevem que as novas tecnologias são objeto de desejo da maioria das pessoas mais pela moda e influência da mídia do que pela necessidade. Estaríamos quebrando o espelho do real? E por qual motivo devemos enxergar apenas o espelho quebrado?
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É possível enxergar a rede social também como um meio de compartilhamentos da vida real, sem que um usuário queira simplesmente ser melhor, mais atualizado ou mais bonito do que outro. Antigamente, os vizinhos se visitavam para virar páginas de álbuns com todas as fotografias da família. A praticidade da tecnologia fez com que, em apenas alguns segundos ou minutos, todas as fotos do dia anterior sejam compartilhadas com quem participou do evento. Além disso, se tornou muito mais fácil encontrar amigos e parentes distantes ou não perder contato com aqueles que estão viajando.
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O fato é que independe da rede social ou dos novos objetos tecnológicos, a confusão entre o mundo real e o virtual nada mais é do que um espelho da realidade humana. Com ou sem Facebook, Twitter, iPad, algumas pessoas continuarão se autopromovendo em qualquer meio de comunicação existente, enquanto outras utilizarão a Internet apenas para postar ou pesquisar informações, sem poluir o mural de seus amigos.
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Quando questionados sobre se o Facebook serve como meio de autopromoção do indivíduo e as novas tecnologias tornam seus usuários presos à cultura do egocentrismo, nossos seguidores responderam:
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Eduardo Corrêa: Curtindo os principais jornais, revistas, universidades, etc., podemos nos atualizar instantaneamente com o que está acontecendo no mundo. A interatividade com nossos amigos e com estas páginas que é o grande benefício. Mas as pessoas ainda estão aprendendo a se posicionar sem inflar muito o ego e principalmente a pensar com a própria cabeça.
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Fernanda Fauth: Sim, pois as redes sociais permitem um olhar mais para si próprio do que para os outros, sendo que é mais fácil dar uma opinião sem estar sendo visto, já que não há as expressões corporais que sempre ajudam a declarar o que a pessoa está argumentando.
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Mariana Staudt: Qualquer rede social acaba sendo um espaço de autopromoção, onde cada um conta e edita sua história da forma que tem vontade. Alguns acabam exagerando um pouco na exposição, mas também não devem ser recriminados. Cada um faz uso do seu perfil como bem entender. Além disso, o Facebook é visto por muitos como algo banal e esquecem que é um espaço muito útil para a informação e comunicação como um todo. Não precisamos usá-lo apenas para saber sobre a vida alheia. Há maneiras e maneiras de ser um usuário do Facebook.
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Olga Amorim: Em parte, depende do usuário, para mim é um ótimo ponto de encontro com amigo de vários lugares. Em todos os lugares sempre há pessoas tentando se promover, não é o meio e, sim, o usuário!!!!!
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Vera Loureiro: Depende. Devemos fazer uso consciente, transformador e promotor do bem. Se algumas pessoas precisam massagear seus egos o tempo todo, o fariam ao vivo em um diálogo coloquial, com fotos impressas, com auto promoções, etc. Não é a internet o problema, é o caráter e a cultura individualista e egocêntrica que estamos mergulhados.
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Wagner Altes: O mundo é assim. Todos queremos ser mais e melhores. Não importa em qual âmbito. Se o Facebook imita ou é uma extensão da sociedade material na rede virtual, vamos querer nos destacar ou tirar alguma vantagem disso mostrando nosso melhor. O FB é apenas uma extensão da competitividade que temos e do desejo de mostrar nossa melhor imagem.
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E para você, que reflexo tem esse espelho? Deixe a sua opinião.
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Por Luana Taís Nyland

O dia da votação para a eleição de prefeitos e vereadores está próximo, fazendo com que campanhas e debates estejam cada vez mais intensos. Este ano, além de polêmicas, como com o candidato à prefeitura paulistana pelo PRB, Celso Russomano, outra questão está dando o que falar: a campanha eleitoral nas redes sociais.

As propagandas partidárias iniciaram no dia 05 de julho e foi autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a campanha na internet. Desde então, candidatos divulgam suas ideias e usuários manifestam suas críticas, principalmente, no Facebook e no Twitter. Muitos grupos, inclusive, foram organizados para as reclamações de manifestantes contrários à propaganda política nas redes.

Para saber a opinião dos internautas, o IHU lançou na página do Facebook a pergunta “O que você acha da campanha eleitoral nas redes sociais? Ajuda a conhecer o candidato e na escolha do voto ou apenas polui a timeline?”. Confira alguns comentários:

Mauro Costa Assis
Acho que ajuda a conhecer, e é um meio acessível aos que dispõem de menos dinheiro…

Vanessa Florargen
Apenas polui a timeline. Pra saber ao máximo quem é o candidato, deve-se pesquisar e não aceitar as ideias que são impostas pela campanha eleitoral.

Jean José
Ajuda e muito, pela televisão não poder “Curtir” ou “compartilhar” as boas propostas, e muito menos interagir!

Fernanda Schmidt
Acho que as redes sociais também podem ser usadas com esse propósito. Se servem para falar de moda, tempo, decoração, esportes, também servem para falar sobre política. O importante é que seja usada com moderação e que não invada o espaço do outro. Acho bacana quando um candidato posta suas propostas (com moderação). Imagens e postagens sem conteúdo são dispensáveis.

Cássio Toledo
Acho que ajuda a conhecer, desde que seja feita com equilíbrio, sem fazer ofensas pessoais e morais.

Fatima Soares
Se só publicassem perfil de candidatos até seria viável, mas o q vejo são pessoas q mostram fanatismo ideológico e q as vezes se torna até agressivo, postando exageros e opiniões ofensivas a quem possa pensar diferentemente!!!

Ronaldo Henn
O que eu acho interessante é o acompanhamento dos eleitores sobre o comportamento dos candidatos e partidos na campanha compartilhado nas redes. Isso sim é um dado novo nesse processo.

Arthur Schreiber
Eu sou a favor, desde que haja uma certa pausa entre um post e outro. Tem candidato que ta igual àqueles adolescentes que postam figuras em sequencia e lotam a tua pagina de notícias. Uma vez por dia, com discrição, faz a gente lembrar deles e ver as propostas. Mais que isso é apelação e desespero.

Rafaela Kley
Melhor poluição na timeline, do que poluição nas ruas (sem contar a sonora). É válida sim a propaganda política nas redes sociais, mas acredito que seja pouco efetiva. Poucos são os que realmente se interessam. Quem está ativo, quase sempre, tem interesse em fazer propaganda barata, ao invés de realmente debater algo.

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Por Mariana Staudt

O Censo 2010, recentemente publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE desenha os contornos que apontam para a grande transformação do campo religioso brasileiro. A edição 400 da IHU On-Line trouxe debates sobre o novo mapa religioso. Apesar do surgimento de uma nova categoria denominada de “sem igreja determinada”, citada por Magali do Nascimento Cunha, em entrevista, muitos fiéis ainda acreditam que a religião é importante para manter uma vida de fé e paz.
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Para o católico Braz Poça Magno, 33 anos, de Barcarena/PA, onde não há consciência pastoral e educação catequética, principalmente do que hoje a Igreja fala, que é a evangelização dos batizados, a tendência é a evasão de “católicos”, que apenas fazem parte do censo porque os pais os “batizaram por batizar”.
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Natália Scholz, de 19 anos, é filha de pastor e luterana da Igreja Evangélica Luterana do Brasil – IELB desde que nasceu. “Eu não consigo separar minha vida da minha religião. Deus é um elemento fundamental em todos os momentos. Eu me sinto muito bem podendo renovar minha fé a cada semana, participando da ceia, ouvindo a palavra de Deus e louvando com cantos. A religião é a base da minha vida. Tento, ao máximo, agir conforme os ensinamentos que recebo”, declara a estudante.
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A senhora Nair Lory Klein Nyland, de 71 anos, pertence à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB e disse que foi batizada, confirmada, casou e sempre participou de atividades de sua igreja. Atualmente é presidente da OASE do Sínodo do Rio dos Sinos. “Foi com a perda dos meus sogros, dos meus pais e também do meu esposo que pude ter mais certeza ainda de que Deus está sempre comigo. Ele que me deu forças para poder superar esses momentos difíceis”, conta. Nair acredita que através da oração é possível superar todas as dificuldades.
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Everton Botelho, aos seus 38 anos de idade confessa que encontrou a Umbanda de portas abertas para poder cultuar uma religião, que era seu objetivo. “Na Umbanda percebi que poderia evoluir, crescer e ajudar outras pessoas”, explicou. O estudante de biologia foi católico por muito tempo, inclusive seminarista, mas optou pela troca de religião quando lhe disseram que não tinha vocação para o sacerdócio.
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Já a coordenadora financeira, Márcia Pinto e Silva, de 48 anos, mencionou que conheceu a religião Espírita quando estava passando por uma experiência difícil. Na época em que seu marido ainda era vivo, ele a levou para assistir palestras e fazer um tratamento espiritual. “A doutrina responde aos nossos questionamentos diversos, é baseada na fé raciocinada, cujo objetivo maior é o nosso aperfeiçoamento moral, nos tornando sempre melhores”, explica.
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Os motivos para que as pessoas continuem seguindo suas religiões são diversos, mas principalmente nos momentos desesperadores a fé toma conta de nossos corações. “Acredito que ninguém poderá passar uma existência sem despertar o seu lado espiritual. Em algum momento, todo o ser precisará se voltar para dentro de si e sentir a necessidade de crer em um ser superior “Deus”, se não a vida não fará nenhum sentido”, finaliza Márcia.
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Por Luana Taís Nyland e Thamiris Magalhães.