Arquivos da categoria ‘Memória’

No dia 15 de julho de 1976, foram assassinados, conjuntamente, Simão Bororo e Rodolfo Lünkenbein, padre salesiano, em Meruri, Mato Grosso.

Simão Bororo, defendia a comunidade indígena Bororo no processo de demarcação de suas terras. Entrou na frente de um tiro destinado ao padre Rodolfo Lünkenbein.

Padre Rodolfo Lünkenbein, Diretor da Missão Salesiana de Meruri, MT, defendia a comunidade indígena Bororo no processo de demarcação de seu território.

Quatro outros Bororo foram baleados naquele triste dia: José Rodrigues Boiadowu, Gabriel dos Santos Bakoro Kudu, Lourenço Rondon e Tereza Bororo, mãe de Simão Cristino.

Um grande temor tomou conta de todos. Porém, aquilo que deveria ser o fim da esperança foi, pelo contrário, o início de uma nova e promissora etapa.

A reserva foi demarcada no mesmo ano e todos os ocupantes não índios abandonaram a área. Hoje, um território de 82 mil hectares, devidamente homologado e registrado, é somente dos Bororo.

Recebemos, na noite de ontem, da colega Susana Rocca a seguinte notícia:

Acabei de saber que faleceu em Cuba, a primeira bispa latino-america anglicana, Nerva Cot Aguilera. Ela esteve no IHU faz dois anos.

A Bispa Nerva foi ordenada no ano de 1986, mas desde jovem, com 12 anos de idade, começa sua caminhada cristã. Pertence a uma família toda consagrada à Igreja: seu esposo é Deão da Catedral, Juan Ramón de La Paz; sua filha maior é presbítera e cursou o doutorado na cidade de São Leopoldo (RS), no Brasil: e seu filho também é um presbítero na Igreja Cubana.

A IHU On-Line publicou uma entrevista com a filha Marianela de la Paz, presbítera da Igreja Anglicana. Confira.

Para mais informações veja as Notícias do Dia de hoje.

No dia 16 de maio, aqui no blog do IHU, recordamos a memória de Vicente Cañas, jesuíta assassinado, quando trabalhava com os Ena-wené-nawé.

Martinho Lenz, padre jesuíta, em comentário postado no blog, dá o seguinte testemunho:

Vicente vivia como índio com os indígenas. Viveu com total coerência a solidariedade com o povo enauenê-nauê. Nas reuniões anuais dos missionários, em Cuiabá – a que eu assistia como representante da Província do Brasil Meridional dos Jesuítas – Vicente falava do misticismo deste povo (que Bartolomeu Meliá chamava de “beneditinos do mato”). Tinha consciência dos riscos que ele corria ao defender os direitos dos índios a suas terras, cobiçadas por madeireiros e fazendeiros. Até na morte se assemelhou aos seus irmãos indígenas: morreu de emboscada, num testemunho silencioso, quase anônimo – não fosse pelo colegas que o procuraram, ao estranhar seu silêncio. Mandantes e executores continuam impunes.”

Vicente Cañas, nasceu em Albacete, Espanha, no dia 22 de outubro de 1939.

Entrou na Companhia de Jesus em 1961 e logo pediu para ser enviado a um país de missão, e assim veio ao Brasil.

Como irmão jesuíta, trabalhou com várias tribos indígenas.

A partir de 1974, trabalhou dez anos com os Ena-wené-nawé.

Foi assasssinado, provavelmente, no dia 06 de abril de 1987, por madeireiros que ambicionavam entrar na terra dos índios para tirar madeira de lei.

Seu corpo foi encontrado no dia 16 de maio por seus companheiros de missão.

Escondido pela ditadura

Em 27 fevereiro, 2010 Comentar

Um reencontro emocionante. Pai e filho se conhecem após 32 anos separados pelo regime militar argentino. Abel Madariaga, secretário da organização Avós da Praça de Maio, teve a mulher presa pelo regime quando estava grávida de quatro meses. Seu filho, Francisco, nasceu em um centro de tortura clandestino e foi criado por militares após o assassinato da mãe.

Desconfiado de suas verdadeiras origens, Francisco procurou a ajuda da entidade ao saber que era adotado. Na semana passada, um teste de DNA confirmou as suspeitas: o jovem era o filho desaparecido de Madariaga. O encontro entre pai e filho ocorreu nesta terça, em Buenos Aires. Segundo o grupo Avós da Praça de Maio, o oficial do Exército, que tinha levado Francisco para casa, foi preso na última sexta-feira. O grupo já encontrou cem jovens que nasceram na prisão de mães perseguidas pelo regime militar e foram criados por famílias de militares.

Confira aqui uma reportagem sobre o encontro.