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A Caatinga desconhecida

Em 22 abril, 2012 Comentar
Quase desconhecida fora do Brasil, a Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro. Trata-se de um bioma adaptado às condições semiáridas e se localiza nos nove estados do Nordeste e no norte de Minas Gerais, ocupando 11% do território nacional. Desta área, 46% já foi desmatada, em sua maioria, por atividades humanas como criação de bovinos, caprinos e ovinas, assim como para retirada de lenha para fornos domésticos e fogões industriais.
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A Caatinga abriga em seu território cerca de 1.500 espécies nativas de animais, além de 932 espécies vegetais, sendo 318 endêmicas, que só ocorrem no bioma. As diversidades  florísticas, faunísticas e frutíferas são tais, que o bioma é conhecido pela riqueza de suas plantas medicinais e por seu potencial alimentício.
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A IHU On-Line desta semana dá continuidade à série referente aos diferentes biomas brasileiros. A revista já abordou os biomas Floresta Amazônica, o Pampa, o Pantanal, o Cerrado e a Floresta de Araucária.
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Esta edição vai contar com o teólogo e agrônomo Haroldo Schistek; o mestre em ecologia e coordenador do Núcleo do Bioma Caatinga da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente – MMA, João Arthur Seyffarth; o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, Marcos Antonio Drumond; a bióloga Rejane Magalhães de Mendonça Pimentel; e o coordenador do Laboratório de Etnobotânica Aplicada da Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, Ulysses Paulino de Albuquerque.
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A revista IHU On-Line estará disponível no sítio do IHU nesta segunda-feira, a partir das 16h, nas versões html, pdf e ‘versão para folhear‘.
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A versão impressa circulará na terça-feira, a partir das 8h, no campus da Unisinos.
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A todas e todos uma ótima leitura!

Tudo começou com uma gota de esperança, uma boa dose de indignação e a convicção de que nossas escolhas definem o nosso futuro. Em apenas dois meses, foi possível reunir um grupo de profissionais talentosos e corajosos para questionar a construção da hidrelétrica de Belo Monte. Somos muitos querendo transformar indignação em ação. O grupo do Movimento Gota D’água foi recebido por três ministros em Brasília, um mês após o lançamento da campanha “É a Gota d’Água +10“. Hoje a Campanha está em mais de vinte países, liderando o questionamento sobre a mais agressiva intervenção na maior floresta do mundo. Tudo isso é fruto da nossa união. Juntos fazemos a diferença!
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Queremos continuar participando desta campanha. Quanto maior formos e mais bem informados estivermos, mais eficientes seremos nesta jornada de conscientização. Vamos aproveitar a Rio+20 para mostrar que podemos e devemos dar o exemplo. É hora do Brasil assumir a liderança neste novo modelo de desenvolvimento sustentável. A luta do Movimento é pelo rio Xingu, pelos povos da floresta e contra as ilegalidades na construção das hidrelétricas – uma visão retrógada, imediatista e desumana de crescimento. Juntos, mais uma vez, faremos a diferença!  Os artistas e profissionais envolvidos doaram tempo, talento e carisma por acreditarem na causa. Por um mundo mais consciente, inteligente e solidário!
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Assista ao vídeo e reflita sobre a causa. Faça parte da campanha!
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Desde a declaração feita pela presidente Dilma Rousseff, no início deste mês, a população brasileira tem feito essa pergunta. Além da aproximação com a data da Rio+20, também os problemas que vêm surgindo da construção de 27 hidrelétricas em todo o país chamam a atenção para a crise energética mundial.
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Em seu ponto de vista, Dilma afirma que, com o aumento do consumo da energia, nenhuma fonte renovável seria suficiente para o país. “Eu não posso falar: ‘Olha, é possível só com eólica iluminar o planeta.’ Não é. Só com solar? De maneira nenhuma”, aponta a governante. Ela teme que, na falta de “vento”, o país pare. “Reservatório de água a gente faz. Mas não faz reservatório de vento”, conclui.
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No contraponto, estão os movimentos sociais. Religiosos, ambientalistas, indígenas e até mesmo os sem-terra são cada vez mais contrários às fontes não-renováveis de energia. Eles apontam que a crise energética é sinal de exaustão do planeta e que, ao contrário do que disse a presidente sobre ser uma ideia fantasiosa, a produção de energia através de fontes renováveis é uma ‘ousadia’. “Fantasia é fazer de conta que não há limites”, alerta Aron Belinky, coordenador de processos internacionais do Instituto Vitae Civilis.
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A conjuntura da semana apresenta uma análise aprofundada sobre a matriz energética mundial. Elaborada pelos colegas do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – CEPAT em fina sintonia com o IHU, a conjuntura apresenta uma (re)leitura das Notícias do Dia publicadas diariamente em nosso site. Não deixe de conferir!
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Para ler mais:

Em 1992, a cidade do Rio de Janeiro foi sede da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvimento, conhecida como ECO-92. Durante o encontro, que reuniu governantes e ambientalistas de todo o mundo, foram criados tratados como o Protocolo de Kyoto e convenções sobre a preservação da biodiversidade. Vinte anos após este evento, o mundo se mobiliza novamente para tratar do meio ambiente, com a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, ou Rio+20.

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O assunto tem sido polêmico, já que muitos especialistas afirmam que, desde a ECO-92, nada consistente foi feito. O Ciclo de Palestras: Rio+20 – desafios e perspectivas vai trazer a Dra. Ilza Girardi para um debate sobre o tema “Da Eco 92 aos acordos que a sucederam e o que está em jogo na Rio + 20”.  O evento vai ocorrer no dia 18 de abril, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU, a partir das 19h30.

Saiba mais informações no site.

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Para ler mais:

Ricardo Abramovay foi exilado muito jovem, pois era ligado a organizações de esquerda e possui em sua formação de base uma influência sobre o pensamento de Marx (capital), pois o estudou de maneira muito profunda. Abramovay esteve no Instituto Humanitas Unisinos – IHU na tarde de quarta-feira (11/04) e organizou sua Roda de Conversa (foto) com algumas questões. A grande base apresentada por Ricardo é a de que para mudar a sociedade, as pessoas teriam que promover a socialização dos grandes meios de produção e troca.
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A questão que mais o desafia é de “como é possível que grandes objetivos emancipatórios possam ser formulados e aplicados no âmbito de uma sociedade, onde empresas existem e continuam existindo, sendo assim, uma sociedade capitalista?”. Há uma preocupação mais geral, fazendo uma retórica anticapitalista que não acena no horizonte de menor transformação. Ricardo diz que o mal das pessoas é pensar “vamos aproveitar o que temos e ir pelas brechas”. O professor acabou de escrever um livro chamado “Muito além da economia verde” que será lançado na Rio+20 pela Editora Sustentável que surgiu do sítio Planeta Sustentável. Este será o primeiro livro lançado pela editora.
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Abramovay ainda citou a parábola “O Sapo e o Escorpião” que define as atitudes das pessoas pela natureza de cada uma, com o final “essa é a minha natureza”. Assim, “é fácil pensar o capitalismo mais pela sua natureza do que por sua história”, justifica o professor. Ainda diz que há uma série de exemplos do quanto a pressão social está determinando a mudança nos comportamentos humanos. Com isso, o palestrante questiona “Como a sociedade contemporânea está utilizando os recursos que tem?”, explicando que ocorre uma espécie de “suicídio coletivo” pela questão da desigualdade. “Seria necessário analisar elementos materiais como o consumo de energia, a utilização de gases do efeito estufa, entre outros”, impõe Abramovay.
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No caso da Rio+20, Ricardo pontua economia verde e a governança, mas especifica que a governança está focada em produzir mais e que o necessário seria produzir menos, mas questiona “Como fazer menos? Como se organizar para emitir menos e utilizar menos materiais?”. Ele acredita que uma parte da resposta estaria em inovação com transição de energias fósseis por energias renováveis, por exemplo. Contudo “a inovação perderá o sentido, se não existirem limites”, justifica. Em sua opinião, os sistemas de inovação são sistemas antiquados no Brasil com exceção de alguns setores, pois os brasileiros pensam em produtividade do trabalho e produtividade do capital, muito mais do que pensam em melhorar recursos materiais que é o grande desafio.

Ricardo Abramovay também palestrou no evento da noite e concedeu uma entrevista para a IHU On-Line. Será possível conferir sua entrevista no sítio do IHU dentro dos próximos dias.

Por Luana Taís Nyland