Arquivos da categoria ‘Meio ambiente’

“A mídia mostrará para todos a Rio+20, portanto pode-se conseguir um envolvimento muito maior. Há uma grande mobilização da sociedade civil e há uma maior sensibilidade da população como um todo sobre a relação ética do homem com o planeta, em que o homem deixa de pensar como dono da natureza”, acredita o professor Gilberto Faggion.
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Um dos pilares do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, como expresso no documento Gênese, missão e rotas, é Sociedade Sustentável. Com isso, pretende-se contribuir na tomada de consciência da finitude humana no cosmos.  Trabalhamos esse tema visando que a relação do ser humano com a natureza não pode ser concebida de maneira redutora ou separada.
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Durante o período da Rio+20, quatro colegas que atuam no IHU nos representarão na Cúpula dos Povos entre os dias 15 e 23 de junho, MS Ana Maria Formoso Galarraga (pelo Programa Teologia Pública), Célia Maria Teixeira Severo (coordenadora do Programa Tecnologias Sociais para Empreendimentos Solidários), Prof. MS Gilberto Antônio Faggion (coordenador do Programa (Re)Pensando a Economia) e o Prof. MS Lucas Henrique da Luz (do Programa IHU Fronteiras).
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“O IHU me preparou muito nesse período e a minha expectativa para a Rio+20 é de que ocorra algum avanço, principalmente da parte do governo quanto aos movimentos da sociedade civil. Espero que as pessoas não saiam “vazias” da Rio+20, sem propósitos. Espero um avanço maior da sociedade civil também, que pressione o governo, com organização”, diz Gilberto Faggion sobre as suas expectativas para o evento.
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Por Luana Taís Nyland
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Foto: Reprodução

O Dia Mundial do Meio Ambiente no Brasil será uma grande oportunidade para apresentar os aspectos ambientais do Desenvolvimento Sustentável nas semanas que antecedem a Conferência Rio+20. Neste dia 5 de junho percebemos diferentes sites falarem de Economia Verde: Ela te inclui? Uma temática que é abrangente global e, ao mesmo tempo, necessita de tomadas de decisões pessoais. Para saber se ela permite realmente a inclusão, é necessário trazer ao debate diferentes questionamentos: o pensar, o sentir de diferentes pesquisadores e pesquisadoras. Durante todo este tempo o IHU tem colaborado com o debate ao trazer a relevância os questionamentos de pensar em uma economia verde ou de ter outras posições.
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O Brasil é o quinto maior país em extensão territorial, ocupa um lugar de destaque na economia mundial e um lugar de muita vergonha na desigualdade social. Ou seja, o bolo continua estando nas mãos de poucos. Quando se fala de limites necessários nas inovações tecnológicas não é só um pensamento austero, com toda sua densidade ética, mas também um limite necessário para que exista a biodiversidade, a qual também é um dos eixos da economia verde. Estamos pisando num espaço sagrado para a sustentação da vida e da superação da desigualdade social.
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Foto: Reprodução

A Campanha 10:10 na Unisinos busca melhorar a qualidade de vida no campus, no ambiente acadêmico, visando reduzir a emissão de CO2, água, luz, papel. Estamos buscando contribuir para uma economia verde que esteja vinculada a reduzir o padrão de consumo, assim como apoiar a pesquisa que investe em profissionais diferenciados, que estudem tendo um pensamento relacionado com o ecossistema.

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A economia verde é um chamado importante para mudanças nos modelos de vida e de relacionamentos, mas para saber se me inclui é importante repensar os desafios levantados. Eis o desafio.
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Por Ana Formoso Galarraga e Luana Taís Nyland


Foto: Luana Taís Nyland

“As Conferências anteriores mostram que houve pequenos avanços, os acordos tem pouco valor, o cenário ambiental ficou pior devido as secas, chuvas intensas, biomas e biodiversidade ameaçadas”, disse Dieter ao se referir sobre as expectativas para a Rio+20 e as questões de recursos hídricos, baseando-se em um contexto histórico.
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O Professor Doutor Dieter Wartchow (foto), após conceder uma entrevista para a Revista IHU On-Line, compareceu ao evento IHU Ideias nesta última quinta-feira (24/05), para abordar o tema “Rio+20 e recursos hídricos: tecnologias sustentáveis no tratamento de águas residuais”. Durante sua palestra, o professor disse que há problemas geopolíticos, pois cada país defende sua economia, seus pontos de vista, as propostas são fragmentadas, não transversais, e não consideram as singularidades do ambiente, esses problemas atingem também os rios.
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A ausência de compromissos causa impactos das mineradoras sobre mananciais de água doce, causando tragédias que se repetem nos rios. O professor questiona “Até quando vão ocorrer essas tragédias?” e cita o exemplo da tragédia dos peixes no Rio dos Sinos, em 2006.
Dieter explica que as tragédias ocorrem devido aos cenários de um cotidiano de seca e inundações, cujas variações climáticas são extremas.
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Foto: Luana Taís Nyland

.O professor fez outro questionamento: “Qual é o ciclo da vida de um indivíduo?” e completou argumentando que a análise do que o indivíduo faz é importante para alcançar objetivos referentes ao meio ambiente. “Todos deveriam fazer a sua parte para que nós, num novo contexto social e político, possamos empreender novos valores. A intenção da Rio+20 é boa, as propostas são boas, mas falta, de fato, a ação. Talvez, tenhamos nós, uma responsabilidade muito maior do que pensamos que podemos empreender. Temos um grande desafio na busca da sensibilização de quem toma decisões”, solicita Dieter.
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“Nós temos que estabelecer uma nova cultura de projetos que não precisam ser sofisticados”, disse o Professor Dieter, que logo após utilizou uma citação de Eduardo Galeano “Somos água e se a defendemos, defendemos a vida”. O professor enfatizou que ainda não compreendemos que o trabalho começa dentro de casa com pequenos gestos, separando o lixo, por exemplo.
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Dieter Wartchow
finalizou a palestra com um aviso: “Precisamos saber que tecnologia não é só uma máquina, é um processo, uma forma de fazer as coisas e nós não devemos ser passivos ou indiferentes a tudo que acontece ao nosso redor, mas devemos protagonizar, mudar a mente para progredir, criar, construir uma perspectiva de futuro, pois, aqueles que não mudam sua mente, não serão capazes de mudar nada. Para haver sustentabilidade é preciso criar um equilíbrio, utilizar recursos naturais para colaborar com as gerações futuras. Cada um deve fazer a sua parte”.

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Por Luana Taís Nyland
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Foto: Divulgação

“Os recursos hídricos refletem em suas águas um capítulo da história do desenvolvimento. De um estado natural da época do descobrimento, passaram a ser indicadores do comportamento da civilização. Os rios corriam em paz em seu território, hoje as suas águas são disputadas em seus diferentes usos e poluídas”, responde o professor Dieter Wartchow, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line.

Segundo ele, a pobreza atua no sentido oposto da racionalidade e do equilíbrio ambiental. “Portanto, é preciso mudar hábitos e comportamentos, e distribuir saberes e conhecimento, através de uma interação constante com o meio ambiente”. E continua: “A educação ambiental e a participação do cidadão nas tomadas de decisão também podem contribuir para o saneamento do ambiente melhor e mais saudável. A educação começa em casa.”
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Ao finalizar a entrevista, Dieter deixa seu recado aos leitores: “A preservação da vida depende do cuidar da gente, da vida, dos animais, da saúde do meio ambiente, das cidades, do rio e da água. Devemos desenvolver a aptidão para transformar problemas em oportunidades. Devemos crescer sem destruir. Crescer com educação, cultivando e cuidando da seiva da vida, a água, a floresta, os animais, o ar e o solo. Isso parece muito filosófico, mas é o amor à sabedoria que poder fazer convergir ideias e ações para promover a progressiva visão do futuro que queremos.”
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Dieter Wartchow, graduado em Engenharia e mestrado em Hidrologia Sanitária pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, doutor em Engenharia Sanitária e Ambiental pela Universidade Stuttgart, Alemanha e professor no Instituto de Pesquisas Hidráulicas – IPH, da UFRGS, estará presente no IHU hoje (24 de maio), onde abordará o tema: “Rio+20 e recursos hídricos: tecnologias sustentáveis no tratamento de águas residuais”.
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Para conferir a programação completa do evento, acesse o sítio.
Para conferir a entrevista na íntegra, acesse o sítio da Revista IHU On-Line.

Confira outras entrevistas do professor.


Para ler mais:

O Brasil é hoje o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Intoxicações, doenças agudas e crônicas, a possível relação com o surgimento de doenças cancerígenas e até suicídios são estudados por pesquisadores e pesquisadoras que analisam as consequências do uso dos agrotóxicos. Para combater isso, movimentos sociais e pesquisadores afirmam que é possível e urgente produzir sem venenos que afetam a saúde humana e do meio ambiente.

O documentário “O Veneno está na Mesa“, realizado pelo cineasta brasileiro Silvio Tendler, faz parte da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida. Ele nos dá uma noção bem abrangente da gravidade do assunto, apontando os riscos ambientais e de saúde pública, além dos históricos interesses econômicos da iniciativa pública e privada neste setor.