O novo Código Florestal tem dado o que falar. A polêmica votação do Código é uma constante batalha entre ambientalistas e ruralistas. Na luta pela natureza, o movimento Floresta Faz a Diferença lança hoje uma nova campanha pela conscientização. Dessa vez o foco está em nossos governantes que têm o poder de decisão de aprovar ou não o novo Código Florestal.
“Não vote em quem votou contra as florestas” é uma iniciativa popular que alerta a sociedade e a opinião pública para os parlamentares que votaram a favor da nova lei que estimula o desmatamento e anistia quem cometeu crimes ambientais. O objetivo da ação é chamar a atenção dos eleitores sobre seus candidatos para a eleição de 2012. Um mapa do Brasil com a lista dos 83 candidatos que participaram da votação do Código Florestal foi publicado no site Floresta Faz a Diferença. Ali é possível ver o histórico de votação dos candidatos que receberão cartão vermelho, amarelo e verde, conforme seu posicionamento.
A campanha conta com a força da divulgação nas redes sociais. Hoje, às 14h, ocorre o tuitaço #EUVOTOPELASFLORESTAS.
Investigue. Vote com consciência!
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A Campanha Nacional pela Regularização do Território das Comunidades Tradicionais Pesqueiras, organizada pelo Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais – MPP, está mobilizando pescadores e pescadoras do Brasil e até 2015 pretende arrecadar mais de 1 milhão de assinaturas (equivalente a 1% do eleitorado brasileiro) para propor uma lei de iniciativa popular, regulamentando e garantindo o direito das comunidades pesqueiras sobre as terras e as águas.
Atualmente, quase 70% da população nacional é proveniente da pesca artesanal, garantindo a segurança alimentar e nutricional de milhares de comunidades pesqueiras no Brasil.
Com o tema “Território Pesqueiro: Biodiversidade, Cultura e Soberania Alimentar do Povo Brasileiro”, foi lançada também a Cartilha para Trabalho de Base da Campanha pelo Território Pesqueiro, que serve como um auxílio para que possam trabalhar nas comunidades e também para o preparo para a realização da Campanha pela Regularização dos Territórios Pesqueiros. São recortes de documentos produzidos em momentos coletivos dos pescadores, além da ajuda de professores, militantes do movimento e parceiros.
A cartilha está dividida em quatro capítulos: o primeiro sobre a Identidade das Comunidades Pesqueiras e sobre o Território Tradicional; o segundo traz os vários conflitos que estão ameaçando a vida e os territórios das comunidades pesqueiros; já o terceiro trata das leis que garantem o direito ao território; e o último apresenta e convida todos a entrar na campanha, discutindo as diretrizes, objetivos e ações.
Por Mariana Staudt
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A Cúpula dos Povos conseguiu marcar fortemente todos aqueles que dela participaram. Quando os povos se somaram no Rio de Janeiro, trazendo a sua diversidade e as cores da esperança, os holofotes voltados para a Conferência Rio+20 não foram capazes de ignorar a força de mobilização deste encontro.
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Foi no marco da polarização entre as alternativas que vinham dos povos e a Conferência oficial, que aconteceu, no último dia 09 de agosto, o painel “Perspectivas socioambientais a partir da Rio+20”, promovido pelo Cepat – CJCias e parceiros. A mesa de debate contou com a participação de Darci Frigo (Terra de Direitos), Ir. Afonso Murad, professor na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), de Belo Horizonte, e Luiz Zarref (MST/Via Campesina). André Langer foi o moderador das discussões. (Nesta ordem na foto).
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De um modo geral, o debate apontou para diferenças fundamentais entre as chamadas “falsas soluções”, capitaneadas pelas grandes corporações e vislumbradas como saídas pelos Estados, com a etiqueta de economia verde, e os desafios enfrentados pelos povos, que iniciaram um processo de convergência nas agendas de lutas, fundamentados na crítica às verdadeiras raízes da crise socioambiental e fortalecidos pelo acúmulo de saberes e experiências sustentáveis dos povos.
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Entre os elementos abordados pelos painelistas, Afonso Murad destacou o “espaço livre e aberto” da Cúpula dos Povos. Darci Frigo apontou para a possibilidade de que “talvez estejamos vivendo um processo mais amplo de mobilizações sociais” e Luiz Zarref disse que é o momento de “ir para além das atividades fragmentadas”.
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Foi um debate riquíssimo, em que ficou claro o quanto é necessário continuar atento ao que se desencadeia a partir do Rio de Janeiro. Como bem lembrou Frigo, a convergência é o que antecede a unidade política entre os diversos movimentos e organizações. É necessário aguardar para perceber o que virá depois que todos assimilarem o sentido de tudo o que foi vivenciado.
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Por Jonas Jorge da Silva
“Apesar da reconhecida necessidade de mudanças estruturais em nível nacional e global diante das crises que o mundo enfrenta (climática, ambiental, alimentar, energética e mesmo a financeira), a Rio +20 não tinha a real pretensão de apontar caminhos para tais mudanças”, afirma Luiz “Zarref” Henrique Gomes de Moura, militante do MST/Via Campesina.
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Já segundo Darci Frigo, “os países ricos esvaziaram a Conferência por estarem mais comprometidos com a solução das suas crises econômicas. Priorizaram salvar o sistema financeiro à custa do desemprego e da falta de compromisso com as crises socioambientais. Seus principais líderes – EUA, Alemanha, Inglaterra – ausentaram-se da Conferência”.
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Ambos concordam em que o documento final é tímido e não contém compromissos e metas que vinculem os países. Zarref e Frigo estarão participando, ao lado do Ir. Afonso Murad, do painel sobre as perspectivas socioambientais da Rio+20, nesta quinta-feira. O evento integra o Ciclo de Debates Rio+20, promovido pelo Cepat em parceria com a Pastoral da Universidade da PUCPR.
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Para Zarref, “os acordos que saíram da Conferência demonstravam um interesse concreto em estruturar uma nova possibilidade de geração de lucros, através da conexão entre meio ambiente, empresas e capital financeiro. A essa nova engenharia financeira se deu o nome da Economia Verde”. “A sustentabilidade foi capturada pela proposta mágica de grande transformação tecnológica verde, do velho e conhecido capitalismo marrom. Em síntese, propõe-se mais mercado e menos direitos”, concorda Darci Frigo, da organização Terra de Direitos, com sede em Curitiba.
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Simultaneamente ao evento oficial da Rio+20 aconteceu a Cúpula dos Povos, “evento autônomo de corporações e fruto de uma convergência histórica entre dezenas de movimentos e organizações da sociedade brasileira e mundial. Este espaço demonstrou total rejeição ao projeto da Economia Verde”, revela o engenheiro florestal Zarref.
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A Cúpula dos Povos “surpreendeu pela grande participação e mobilização”, avalia Frigo, que participou da organização desse evento da sociedade civil. “Constituiu-se no contraponto da Cúpula Oficial ao combater a economia verde como solução falsa que propõe a mercantilização da natureza, ao denunciar a captura do Sistema ONU pelas empresas, grandes causadoras da crise e, ao afirmar a defesa dos bens comuns e a necessidade de justiça social e ambiental”, completa.
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Num olhar prospectivo, o primeiro desafio a ser enfrentado “é colocar no centro da agenda dos governos as crises ambientais e sociais e isso só vai se dar por meio de grandes mobilizações sociais. Os movimentos e organizações da Cúpula dos Povos procuraram construir uma agenda que deve buscar as convergências de lutas na linha da defesa dos bens comuns, de alternativas que estão sendo construídas tanto nas experiências locais como nas lutas internacionais na defesa dos direitos humanos”, acredita Frigo.
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De acordo com Zarref, a Cúpula dos Povos “apontou claramente as verdadeiras soluções para a crise ambiental planetária: a soberania alimentar e energética, a agroecologia, a economia solidária, a reforma urbana e agrária, os circuitos curtos de consumo, a soberania dos povos sobre seus territórios.
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O painel que debaterá a Rio+20 acontece nesta quinta-feira, dia 09 de agosto, a partir das 19h30 no auditório Tristão de Ataíde (Alceu Amoroso Lima), da PUCPR. O evento é aberto ao público em geral. Maiores informações: (41) 3349-5343 ou pelo correio eletrônico cepat.cepat@terra.com.br
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Por André Langer.
Pepe Mujica, presidente do Uruguai, discursou na Rio+20 sobre um assunto “contra-mão” em relação à tudo o que estava sendo tratado pelos 183 países-membros. No vídeo a seguir, Mujica trata sobre a felicidade como ponto principal de desenvolvimento mundial. “Nós governamos a globalização ou ela nos governa?”, apontou o presidente sobre o crescimento vertiginoso de recursos que temos no planeta, mas também questiona o bem que o fácil acesso à tudo nos proporciona.
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Ele disse que, no atual modelo social vivido pela sociedade, o trabalho é demasiadamente valorizado, juntamente com a aquisição contínua de produtos. O presidente também enfatiza que nosso problema é cultural e cíclico, pois se a maneira de pensar da sociedade não for mudada, se não for aceita a conscientização que mostra que a felicidade não se compra, continuaremos a esgotar recursos sem nunca encontrar o que procuramos de fato.
Por Wagner Altes
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