No dia 22 deste mês comemoramos o Dia Mundial sem Carro e no dia 10 de outubro inicia a grande Campanha 10:10:10. Ambas as ações unidas ao Tempo da Criação, visam conscientizar a população de que é preciso modificar a rotina do mundo, reduzindo a emissão de CO2 na atmosfera e salvando, assim, a vida em suas mais variadas formas. Segundo Julia Marton-Lefèvre, diretora-geral da União Internacional pela Conservação da Natureza – UICN em entrevista à IHU On-line “o impacto das mudanças climáticas (…) se tornarão sempre mais graves se as emissões de gás de efeito estufa não forem imediatamente reduzidas”. Felizmente, afirma, “a natureza também está em condições de nos fornecer utensílios poderosos para lutar contra as mudanças climáticas”. Talvez, um dos utensílios mais poderosos fornecidos pela natureza seja o próprio ser humano. Como os estudantes da Unisinos podem ajudar o nosso planeta?

Durante a semana, milhares de pessoas se deslocam dos mais variados cantos do Rio Grande do Sul para estudar e trabalhar na Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Dentre as opções de transporte, quem vive na região metropolitana tem a facilidade do uso do Trensurb que conecta Porto Alegre a São Leopoldo, e que em breve se estenderá até Novo Hamburgo. O sucesso deste meio de transporte é evidente. No mês de agosto deste ano a Trensurb registrou a maior demanda mensal de sua história, tendo transportado 4.463.560 usuários. “Como me desloco sozinha, durante o dia pego duas conduções para vir para a Unisinos, mas sem dúvidas o melhor é o trem, pois além de barato é mais rápido e dificilmente ocorrem atrasos”, conta a estudante de Jornalismo Juliana Spitaliere, que reside em Canoas. “É a alternativa mais ecológica que tenho à disposição”, destaca.

Para os estudantes que moram em outras regiões, as únicas opções de transporte giram em torno de ônibus, transporte porta a porta e de veículos particulares. Para a aluna do segundo semestre do curso de Direito, Bruna Hoffmeister (18), a melhor opção para chegar à Unisinos é o transporte porta a porta. “Moro em Sapiranga e optei por esse meio de transporte, pois ainda não tenho carteira de motorista, muito menos carro. Entretanto, mesmo se eu tivesse, continuaria me deslocando pelo transporte de micro ônibus, pois é mais seguro e acabo não me estressando com a loucura que é a BR-116”, conta a aluna.
Além de fugir dos congestionamentos, será que a utilização de um transporte coletivo para se deslocar para uma cidade próxima faz a diferença? Sou estudante de jornalismo e moro em Sapiranga. Percorro um trajeto de 30 km para chegar na Universidade sete vezes por semana através de um serviço de transporte porta a porta. A companhia que me transporta possui três micro-ônibus, movidos a óleo diesel, levando diariamente cerca de 80 estudantes para São Leopoldo. São em torno de 70 km transcorridos por dia por um único ônibus, que faz 5,5 km por litro de combustível.
Vamos calcular. Em vinte dias 141 Kg de CO2 são emitidos pelos três micro-ônibus, resultando em 1,76 Kg de CO2 emitidos por estudante durante este período. Se eu optasse por trafegar até a Unisinos em um carro 1.0, meu veículo faria em torno de 13 Km por litro de gasolina, emitindo desta forma 2,3 Kg de CO2 por litro. Utilizando em média 4,6 litros por dia, em quatro semanas eu emitiria 211,6 Kg de CO2. E se todos os outros passageiros fizessem essa mesma opção, sem nem mesmo decidir por realizar um rodízio de carros entre amigos? Seriam 16.928 Kg de CO2 emitidos, além de fomentar o caos nas estradas.

Pense nisso, pequenas atitudes movem o mundo. Opte por transportes coletivos ou, então, deixe o carro na garagem no dia 22 de setembro. Não esqueça também de tirar o pé do acelerador, velocidades altas fazem o automóvel gastar mais gasolina e conseqüentemente a emitir mais CO2 em nosso ar. Quer calcular quanto de CO2 você e sua família emitem? Clique aqui. Se você tem twitter, espalhe essas campanhas utilizando as hashtags #campanha101010, #diasemcarro e #tempodacriacao.
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