Constata-se que a economia moderna fundamenta-se nos princípios do egoísmo e da escassez, os quais põem todo o papel na ação egoísta do homem, como preconizou Bernard de Mandeville, e no instinto animal, como indicou Albert Hirschman. Este, inclusive, aponta que a economia se desatrelou da ética. Percebe-se que a racionalidade baseada na escassez precisa ser mudada, pois somente pela lógica do lucro não se resolve problemas atuais, como os ecológicos, o que acaba por se expressar na insustentabilidade do planeta diante das ações humanas. Ou seja, a habitabilidade da Terra não é mais garantida automaticamente, mas se transformou num desafio para a humanidade. Será que ainda é possível salvar o ecossistema Terra e encontrar outros modos de ser e agir econômica e socialmente?
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A questão ambiental revela-se um tema cada vez mais crucial. Progressivamente, veio parar no centro das atenções e preocupações mundiais. Emerge com intensidade crescente a consciência de que há uma relação vital entre a saga da vida, em especial, da
vida humana na Terra e a própria sobrevivência do Planeta. Entretanto, verifica-se um descompasso entre a tomada de consciência individual da gravidade da crise ambiental e da urgência de mudanças quanto aos modos de produzir e de consumir, e as necessárias mudanças políticas, mais lentas e contraditórias, até porque eivadas de gigantescos interesses econômicos, que muitas vezes se impõem. Há, paralelamente, dificuldades também no nível pessoal para mudar os hábitos de consumo.
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É necessário buscar reflexões sobre as perspectivas de emergência de uma sociedade sustentável, e o
Instituto Humanitas Unisinos – IHU enquanto uma organização que pretende apontar novas questões e buscar respostas para os grandes desafios de nossa época, a partir da visão do humanismo social cristão, participando, ativa e ousadamente, do debate cultural em que se configura a sociedade do futuro, não pode se furtar e deve ter papel ativo na disseminação deste debate, na produção de conhecimentos sobre este tema, de maneira a desenvolver uma visão crítica das implicações das atividades humanas na Terra, a elencar possibilidades e limites que uma
sociedade sustentável pode trazer para a
humanidade, bem como, efetivamente, prospectar alternativas sustentáveis de organização social e econômica. Fatos estes que justificam a execução do projeto ora apresentado, que tem implicações sociais, econômicas, culturais, ambientais, políticas, ou seja, nas diferentes dimensões da sociedade.
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O Ciclo de Estudos em Educação a Distância (EAD) – Sociedade Sustentável, através de um debate transdisciplinar e sistêmico, busca relacionar as crises energética, financeira, climática e alimentar, para, a partir delas, caracterizar a crise civilizacional pela qual se passa, como parte do processo de esgotamento do capitalismo e, com isso, identificar os fatores causadores em comum, a fim de pensar em novas possibilidades para a vida em sociedade. Busca assim fomentar ideias que possibilitem pensar soluções para os problemas enfrentados pelo Planeta devido às ações dos empreendimentos humanos, questionando a idéia de desenvolvimento.
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O objetivo geral do Ciclo de Estudos será refletir sobre as perspectivas de emergência de uma sociedade sustentável, no sentido de evidenciar, teoricamente, a necessidade de um novo paradigma civilizacional, prospectando alternativas sustentáveis de organização social e econômica, capazes de contribuir à sustentabilidade do Planeta e da sociedade. O projeto irá ocorrer com base na modalidade de educação a distância (EaD), que ocorrerá em 5 módulos, conforme descrição que segue. Além da referida descrição, ao final deste item da metodologia tem-se a descrição dos principais procedimentos do presente projeto, que dão uma idéia mais geral do seu funcionamento.
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O Módulo 1 inicia dia 26 de março e finaliza em 14 de abril de 2012, com duração de 3 semanas – 15h, o tema a ser estudado é “O estado atual da crise civilizacional: onde estamos?” e o público-alvo prioritário do presente projeto constitui-se de sujeitos envolvidos diretamente no enfrentamento da pobreza e na emancipação das pessoas, tais como, líderes comunitários, conselheiros municipais, agentes públicos das diferentes secretarias e participantes de grupos de geração de trabalho e renda.
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