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Após vinte anos da Rio 92, o Brasil será sede da Rio +20 com intuito de debater a economia verde e mais questões ambientais. Para Felipe Amaral, a questão é mais profunda “Qual é a supremacia da visão de mundo que queremos?” questiona o ecólogo. Segundo ele, é preciso ter consciência de que passamos por uma crise ambiental, mas acima de tudo, passamos por uma crise de valores, crise ética, crise moral. O professor Amaral ainda provoca “Então propor que a solução para a crise ambiental reside no sistema econômico, que é o agente propulsor da crise ambiental, parece errôneo ou sem foco” isso, porque ele acredita que a crise é fruto de algo que já vinha ocorrendo.

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“De nada adianta defender os movimentos sociais/ambientais se não aceitarmos as opiniões de quem não conhece os movimentos”, diz Felipe querendo expor que os ambientalistas não devem criticar os leigos no assunto, mas devem instruir as pessoas sobre a importância de cuidar do nosso planeta. Ele revolta-se com a “máscara verde” utilizada através de movimentos como a “economia verde”. Felipe indaga que “os problemas são agudos e a solução sempre vem do viés econômico”, ou seja, a economia verde é uma reengenharia do mesmo modelo, pois não atende as demandas sociais, e ainda exclama: “Não vejo isso como política de estado, o discurso só serve e cabe para o sistema privado, econômico, corporativo…”
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“Os bens naturais que são do bem comum, cada vez estão mais privados. O que tem de renovável ou sustentável em um processo de energia que já foi opressor? Ele segue com dono, com preço…” diz Felipe Amaral. Ele ainda acredita que todos os programas necessitam de uma reformulação, “no segundo semestre, quando ocorrerá a Rio +20, a população ainda estará muito “verde” quanto ao assunto” e continua “só a Rio +20 não será suficiente para debater todas as soluções para o meio ambiente, é preciso que haja mais debates, em espaços comuns, incluindo pessoas leigas no assunto e ambientalistas para criarmos uma solução juntos”.
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O que marcou a presença do professor Felipe Amaral, Coordenador de Educação Ambiental da Fundação Zoobotânica do RS, no evento IHU Ideias do dia 15 de março, foi seu pensamento crítico em relação a Rio +20: “Há uma disputa interna que molda o processo onde tudo virou desenvolvimento sustentável, por isso é preciso ter cautela ao propor soluções”. Ele recoloca o ponto principal do seu pensamento: “É preciso se despir do movimento refratário para chamar outras pessoas para o movimento ambiental e entender que nem todos são ambientalistas, mas podem somar com suas sugestões”. A presença do palestrante encerra o debate com a sugestão de que “a questão ambiental não deve estar pautada nos espaços tradicionais apenas, mas em todos os lugares, com todas as pessoas”.
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Por Luana Taís Nyland
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Para ler mais:

O mês de março está propondo algumas reflexões sobre o nosso planeta, o meio ambiente e todas as crises energéticas. O dia 16 de março é marcado como o Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas. A capacidade da Terra não suporta mais o desenvolvimento rápido e o consumo desenfreado. Com isso, é preciso, urgentemente, que a população se conscientize e se una a favor do meio ambiente e da sustentabilidade.

A iniciativa em favor desse dia nacional foi do senador Cristóvão Buarque pela Lei nº 12.533 no final de 2011. O objetivo específico, segundo o senador, é fazer que as escolas promovam o cuidado com os biomas e ecossistemas brasileiros. Aparentemente, caberia só ou especialmente às escolas a responsabilidade por essa conscientização e, para isso, os agentes dela seriam os professores/as, as crianças e os jovens.

A informação do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social é clara. “De uma coisa podemos ter certeza: se não nos indignarmos e se nossa indignação não se transformar em ação potente contra o que agride a Terra e todas as formas de vida existentes nela, os agressores podem levar a crise da Terra a um ponto em que a humanidade terá dificuldades de continuar parte da sua biodiversidade”.

Constata-se que a economia moderna fundamenta-se nos princípios do egoísmo e da escassez, os quais põem todo o papel na ação egoísta do homem, como preconizou Bernard de Mandeville, e no instinto animal, como indicou Albert Hirschman. Este, inclusive, aponta que a economia se desatrelou da ética. Percebe-se que a racionalidade baseada na escassez precisa ser mudada, pois somente pela lógica do lucro não se resolve problemas atuais, como os ecológicos, o que acaba por se expressar na insustentabilidade do planeta diante das ações humanas. Ou seja, a habitabilidade da Terra não é mais garantida automaticamente, mas se transformou num desafio para a humanidade. Será que ainda é possível salvar o ecossistema Terra e encontrar outros modos de ser e agir econômica e socialmente?

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A questão ambiental revela-se um tema cada vez mais crucial. Progressivamente, veio parar no centro das atenções e preocupações mundiais. Emerge com intensidade crescente a consciência de que há uma relação vital entre a saga da vida, em especial, da vida humana na Terra e a própria sobrevivência do Planeta. Entretanto, verifica-se um descompasso entre a tomada de consciência individual da gravidade da crise ambiental e da urgência de mudanças quanto aos modos de produzir e de consumir, e as necessárias mudanças políticas, mais lentas e contraditórias, até porque eivadas de gigantescos interesses econômicos, que muitas vezes se impõem. Há, paralelamente, dificuldades também no nível pessoal para mudar os hábitos de consumo.
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É necessário buscar reflexões sobre as perspectivas de emergência de uma sociedade sustentável, e o Instituto Humanitas Unisinos – IHU enquanto uma organização que pretende apontar novas questões e buscar respostas para os grandes desafios de nossa época, a partir da visão do humanismo social cristão, participando, ativa e ousadamente, do debate cultural em que se configura a sociedade do futuro, não pode se furtar e deve ter papel ativo na disseminação deste debate, na produção de conhecimentos sobre este tema, de maneira a desenvolver uma visão crítica das implicações das atividades humanas na Terra, a elencar possibilidades e limites que uma sociedade sustentável pode trazer para a humanidade, bem como, efetivamente, prospectar alternativas sustentáveis de organização social e econômica. Fatos estes que justificam a execução do projeto ora apresentado, que tem implicações sociais, econômicas, culturais, ambientais, políticas, ou seja, nas diferentes dimensões da sociedade.
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O Ciclo de Estudos em Educação a Distância (EAD) – Sociedade Sustentável, através de um debate transdisciplinar e sistêmico, busca relacionar as crises energética, financeira, climática e alimentar, para, a partir delas, caracterizar a crise civilizacional pela qual se passa, como parte do processo de esgotamento do capitalismo e, com isso, identificar os fatores causadores em comum, a fim de pensar em novas possibilidades para a vida em sociedade. Busca assim fomentar ideias que possibilitem pensar soluções para os problemas enfrentados pelo Planeta devido às ações dos empreendimentos humanos, questionando a idéia de desenvolvimento.
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O objetivo geral do Ciclo de Estudos será refletir sobre as perspectivas de emergência de uma sociedade sustentável, no sentido de evidenciar, teoricamente, a necessidade de um novo paradigma civilizacional, prospectando alternativas sustentáveis de organização social e econômica, capazes de contribuir à sustentabilidade do Planeta e da sociedade. O projeto irá ocorrer com base na modalidade de educação a distância (EaD), que ocorrerá em 5 módulos, conforme descrição que segue. Além da referida descrição, ao final deste item da metodologia tem-se a descrição dos principais procedimentos do presente projeto, que dão uma idéia mais geral do seu funcionamento.
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O Módulo 1 inicia dia 26 de março e finaliza em 14 de abril de 2012, com duração de 3 semanas – 15h, o tema a ser estudado é “O estado atual da crise civilizacional: onde estamos?” e o público-alvo prioritário do presente projeto constitui-se de sujeitos envolvidos diretamente no enfrentamento da pobreza e na emancipação das pessoas, tais como, líderes comunitários, conselheiros municipais, agentes públicos das diferentes secretarias e participantes de grupos de geração de trabalho e renda.
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Todas as informações sobre o evento encontram-se no sítio do Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

Aproximadamente 150 mil famílias constituídas por ribeirinhos, pescadores e extrativistas já foram atingidas pela expansão energética. A maioria dessas famílias não conseguiu readquirir suas terras. Provavelmente, ainda serão atingidas por conta da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Belém do Pará, aproximadamente mais de 50 mil famílias. O número é preocupante e, com isso, os movimentos contra as barragens querem demonstrar indignação numa data especial. As críticas ao governo têm sido imensas, mas é preciso agir de maneira clara e adequada, em conjunto para que essa vontade possa valer com mais força.
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“Temos clareza de que o governo tem um discurso e uma predisposição de fazer o debate ambiental e social na Rio+20. Mas, na prática, não é isso que está acontecendo. O governo está muito mais preocupado com a mensagem que vai passar para os outros países, com a imagem de um Brasil desenvolvido, que tem um modelo energético limpo. No entanto, não mostra o passivo social gerado por esse modelo energético. Então, pretendemos mostrar esses impasses na Rio+20 e questionar a propaganda da energia limpa, porque, na verdade, ela não é limpa na medida em que dá origem há vários problemas sociais. Falamos em sustentabilidade, mas observamos, por trás da construção das hidrelétricas, uma vasta destruição do meio ambiente e das populações.” diz Judite da Rocha, integrante da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB para a IHU On-line.

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As mobilizações que marcarão o Dia Internacional de Lutas Contra as Barragens, pelos rios, pela água e pela vida, ocorrerem hoje, no dia 14 de março. Nesta data, populações atingidas por barragens do mundo inteiro denunciam o modelo energético que, historicamente, tem causado graves consequências sociais, econômicas, culturais e ambientais.

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Por Luana Taís

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Dia 22 de fevereiro, em Nairobi (Quênia), onde a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, reuniu-se com o diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Achim Steiner, foi dado o anuncio de que o Brasil sediará as comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, lembrado no dia 5 de junho. O tema deste ano será Economia Verde: Ela Te Inclui?

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O evento pede a todos para avaliar quais os hábitos diários contribuem para o desenvolvimento econômico, social e ambiental de um mundo de 7 bilhões de pessoas — e que deve chegar a 9 bilhões em 2050. As comemorações vão ocorrer três semanas antes de o Brasil sediar a Rio+20, encontro que vai discutir os progressos do desenvolvimento sustentável nos últimos 20 anos, além dos futuros desafios para o meio ambiente.

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Há duas décadas, o Brasil sediou as comemorações pelo Dia Mundial do Meio Ambiente, durante a Cúpula da Terra e, pelo visto, toda a preocupação do nosso país com o meio ambiente está bem visível para os outros países. O Brasil foi o anfitirão em 1992 da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD). Mais conhecido como Eco92 (Cúpula da Terra), o evento reuniu líderes globais para discutir o futuro, diante de um mundo que começava a se preocupar com o meio ambiente e a sustentabilidade.

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Em um novo relatório intitulado “Foresight Report”, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) identifica e classifica as 21 questões ambientais mais urgentes, oferecendo a governos, sociedade civil e empresas análises científicas visando construir um resultado positivo para a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio +20).

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Esperamos, assim, que a população brasileira continue se preocupando com os casos ligados ao meio ambiente, para que seja possível preservá-lo às nossas futuras gerações.

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Por Luana Taís Nyland

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