A partir do Censo 2010, as principais características do mapa religioso no Brasil seguem uma tendência das duas últimas décadas. “O declínio dos católicos e o avanço crescente dos evangélicos. Dos 24.6% de queda do catolicismo, desde 1980, 19.7% decresceram desde 1991. No mesmo período, o número de evangélicos dobrou. Como o campo institucional dos evangélicos é mais diversificado, acelerou-se o processo de diferenciação religiosa no país. Para se ter ideia, no campo evangélico, que dobrou, os pentecostais triplicaram o número de adeptos no período de duas décadas, apesar da queda percentual de crescimento na última década, discorre o Prof. Dr. José Rogério Lopes.
Este é o tema do próximo IHU Ideias, em que Lopes, do PPG Ciências Sociais Unisinos, apresentará a palestra “Censo 2012 e religiões: reflexões a partir do novo mapa religioso brasileiro”.
“As religiões no Brasil tendem a compor futuramente um campo complexo e difuso de filiações e trânsitos dos fiéis entre elas, com tendências ao acirramento da concorrência religiosa”, salienta.
José Rogério Lopes é graduado em Pedagogia pela Universidade de Taubaté, mestre e doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP. É professor titular do PPG em Ciências Sociais da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos.
O IHU Ideias sobre o Censo 2012 e religiões acontece nesta quinta-feira, 01-11-2012, a partir das 17h30, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU.
O programa Gestando o Diálogo Inter-Religioso e o Ecumenismo – GDIREC é formado por líderes religiosos que buscam dialogar e estudar sobre suas experiências, assumindo uma postura ética e de respeito entre todas as religiões. O grupo realiza encontros regulares entre seus componentes para desenvolver coletivamente o conhecimento e o reconhecimento das identidades religiosas, práticas, tradições históricas e teológicas. Em 2012, o GDIREC está completando 10 anos e, também, foi anunciada a nova parceria com o Instituto Humanitas Unisinos – IHU.
“O GDIREC passar a fazer parte do IHU a partir do próximo ano oferece a possibilidade de redesenhar a atuação do Programa assim como a do Grupo. Oferece-lhe, sobretudo, uma equipe mais ampla com a qual possa dialogar e melhorar a execução dos objetivos propostos, tanto pelo Humanitas como pelo GDIREC”, salienta Inácio Spohr, irmão jesuíta e coordenador do grupo.
O programa é constituído por diversas atividades, como banco de dado dos locais de culto e templos da região, publicações, promoção de eventos, serviços de assessoria a professores de ensino religioso e desenvolvimento de práticas coletivas de inclusão étnico-racial.
Atualmente, os integrantes do GDIREC são:
- Alancardino Vallejo (Padrinho), Igreja Eclética da Fluente Luz Universal (Santo Daime), Sapiranga
- Anselmo Bandeira Severo, Espírita, São Leopoldo
- Maria Helena e Carlos Moeller, Brahma Kumaris, São Leopoldo
- Cleide Olsson Schneider (Pastora), Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, São Leopoldo
- Daniel (Babalorixá), Casa Africanista Ilê Axé Gegê Nagô Boboquexã Ogum Onirê, São Leopoldo
- Dejair Haubert (Babalorixá), Ilê dos Orixás, São Leopoldo
- Dolores Senhorinha Dorneles (Ialorixá), Centro Africano de Bará Lodê, São Leopoldo
- Flávio Corrêa de Lima (Sacerdote), Igreja Católica Apostólica Romana, Paróquia Nossa Senhora da Conceição, São Leopoldo
- Jerry Andrei (Presbítero), Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Paróquia da Trindade, São Leopoldo
- José Carlos Bandeira (Médium), Espírita, São Leopoldo
- Kokai (Monja, Vânia Eckert), Zen Budismo, Zen Vale dos Sinos, São Leopoldo
- Nilton Luís Rodrigues (Babalorixá), Umbandista e Africanista, São Leopoldo
Você pode encontrar mais informações sobre o grupo no site e no blog ou, ainda, pelos contatos gdirec@unisinos.br e (51) 3591 1100, Ramal 4125.
Por Mariana Staudt
Para ler mais:
A última edição do Cadernos IHU ideias, edição 179, apresenta o texto de Mateus Boldori e Paulo César Nodari, “Um caminho de educação para a paz segundo Rousseau”, com o pensamento de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) sob a perspectiva da educação para a paz.
“A educação para a paz coaduna-se, pois, com o respeito à dignidade da pessoa e à sua liberdade, conforme a educação proposta por Rousseau no Emílio. O pensamento de Rousseau oferece, sem dúvidas, algumas pistas para a efetivação de uma cultura de paz na perspectiva da educação integrada para a paz. O filósofo genebrino mostra principalmente que a paz é fruto de uma educação que procura valorizar o sujeito enquanto tal e de uma sociedade constituída a partir da soberania e da igualdade. Sociedade e educação estão interligadas para o genebrino em uma situação de igualdade, onde todos se sentem protagonistas.”
Mateus Boldori é bacharel em Filosofia pela Universidade de Caxias do Sul – UCS e Paulo César Nodari é professor do Programa de Pós-Graduação em Filosofia na mesma instituição.
Os Cadernos IHU Ideias podem ser adquiridos na Livraria Cultural, no campus da Unisinos ou pelo endereço livrariaculturalsle@terra.com.br. Informações pelo (51) 3590 4888.
A versão completa desta edição estará disponível a partir de 23 de novembro de 2012 para download em formato PDF.
“Se existem direitos naturais, por que a necessidade de se criar uma espécia de contrato que os garanta? No estado natural não seria possível garantir tais direitos naturais sem entrar no estado civil?”. Os questionamentos são parte do artigo Um caminho de educação para a paz segundo Locke, de Odair Camati e Paulo César Nodari, publicado na edição 177 do Cadernos IHU Ideias.
O texto tem por objetivo analisar o pensamento de John Locke sobre a formação da sociedade civil e de que maneira ela se constitui, em última instância, como a que dá garantia para a paz.
Paulo César Nodari possui mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais e doutorado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica PUC-RS. Além disso, é professor adjunto I e professor de pós-graduação em Filosofia na Universidade de Caxias do Sul, com experiência em ética, liberdade, direitos humanos, paz, antropologia e educação. Realizou pós-doutorado em Filosofia em Bonn, Alemanha.
Graduado pela UCS, Odair Camati é mestrando em Filosofia no Programa de Pós-graduação em Filosofia – PPGFIL-UCS e bolsista da Fapergs, além de atuar como monitor nível II nas disciplinas de Ética EAD na mesma instituição.
A versão completa desta edição estará disponível para download em formato PDF a partir de 1º de novembro de 2012 .
Para o teólogo jesuíta norte-americano Roger Haight, a Igreja perdeu relevância pública, estimulando, assim, uma espiritualidade em contrapartida à religião. “Temos que lidar com o pluralismo religioso de uma maneira crível. A globalização nos forçou a entrar no diálogo inter-religioso, e novas compreensões inter-religiosas de nossa própria fé têm de surgir a partir disso”, afirma Haight, que também diz ser essa uma missão “desafiadora e empolgante”.
Ex-presidente da Sociedade Teológica Católica dos EUA e professor visitante no Union Theological Seminary, em Nova Iorque, tradicional casa de formação de teólogos em que estudaram grandes nomes da teologia mundial, também foi professor de teologia por mais de 30 anos em escolas da Companhia de Jesus em Manila, Chicago, Toronto e Cambridge e autor de produções como Dinâmica da teologia (São Paulo: Paulinas, 1990) e O futuro da cristologia (São Paulo: Paulinas, 2005). Destaque para Jesus, símbolo de Deus (São Paulo: Paulinas, 1999), que teve suas teses duramente criticadas pela Congregação para a Doutrina da Fé e seu então presidente Joeph Ratzinger (atualmente Papa Bento XVI). Nele, o teólogo teoriza sobre a legitimidade de certos dogmas da Igreja em função de muitos deixarem o Catolicismo nos Estados Unidos por não haver repostas adequadas aos seus questionamentos.
Roger Haigth estará presente no XIII Simpósio Internacional IHU: Igreja, Cultura e Sociedade. A semântica do Mistério da Igreja no contexto das novas gramáticas da civilização tecnocientífica, no dia 04 de outubro, às 10h45, com a palestra “Seguir a Cristo em uma era científica”.
Para mais informações e programação completa do evento, acesse o site.
Por Mariana Staudt
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