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Entre os países emergentes atuais, a China destaca-se por crescer a taxas invejáveis e por se manter longe da crise financeira mundial. Mundialmente, chineses são conhecidos por suas condições de trabalho, em que as jornadas são prolongadas, as mulheres são discriminadas e as crianças precisam trabalhar. Embora lá a palavra de ordem seja “A China precisa crescer”, não são só os chineses que dependem dessa produção, mas todo o mundo.

As mercadorias viajam e, em algum lugar do planeta, precisam realizar seu destino: transformar-se em dinheiro. Vende-se no camelódromo às margens do Guaíba o mesmo que em Ciudad del Este, no centro de Capão da Canoa ou nas Ramblas catalãs, nos “turcos” de São Borja as mesmas quinquilharias encontradas no Time Square ou nas lojinhas do Quartier Latin.

Esse ciclo que ocorre desde o oriente e vai até o ocidente vai ser o tema da palestra “As relações entre Brasil e China sob o ponto de vista da globalização popular”, da Profa. Dra. Rosana Pinheiro-Machado. O evento faz parte do IHU Ideias, e acontece no dia 3 de maio, a partir das 17h, na sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU.

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Recentes projeções populacionais indicam que número de pessoas potencialmente ativas (15 a 65 anos) do Rio Grande do Sul vai diminuir a partir do ano de 2020.  Enquanto isso, o número de idosos (65 anos ou mais) vai crescer continuamente. Essa perspectiva alerta governantes e população para uma nova realidade: Em alguns anos não serão necessárias tantas escolas, o serviço de previdência deverá ser mais voltado a idosos e o foco da saúde pública também deverá sofrer mudanças.

“No caso da educação em grandes cidades (onde não há o problema do deslocamento), será que precisamos abrir mais escolas em um cenário futuro em que teremos cada vez menos jovens? Será que o sistema atual de previdência comporta uma população cada vez maior de idosos e cada vez menor de pessoas em idade potencialmente ativa?”, questiona o estatístico da FEE Pedro Zuanazzi. Ele vai abordar o tema Projeções populacionais do Rio Grande do Sul: mudanças no bônus demográfico nesta quinta-feira, dia 26-04, das 17h30min às 19h na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU.

Ricardo Abramovay foi exilado muito jovem, pois era ligado a organizações de esquerda e possui em sua formação de base uma influência sobre o pensamento de Marx (capital), pois o estudou de maneira muito profunda. Abramovay esteve no Instituto Humanitas Unisinos – IHU na tarde de quarta-feira (11/04) e organizou sua Roda de Conversa (foto) com algumas questões. A grande base apresentada por Ricardo é a de que para mudar a sociedade, as pessoas teriam que promover a socialização dos grandes meios de produção e troca.
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A questão que mais o desafia é de “como é possível que grandes objetivos emancipatórios possam ser formulados e aplicados no âmbito de uma sociedade, onde empresas existem e continuam existindo, sendo assim, uma sociedade capitalista?”. Há uma preocupação mais geral, fazendo uma retórica anticapitalista que não acena no horizonte de menor transformação. Ricardo diz que o mal das pessoas é pensar “vamos aproveitar o que temos e ir pelas brechas”. O professor acabou de escrever um livro chamado “Muito além da economia verde” que será lançado na Rio+20 pela Editora Sustentável que surgiu do sítio Planeta Sustentável. Este será o primeiro livro lançado pela editora.
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Abramovay ainda citou a parábola “O Sapo e o Escorpião” que define as atitudes das pessoas pela natureza de cada uma, com o final “essa é a minha natureza”. Assim, “é fácil pensar o capitalismo mais pela sua natureza do que por sua história”, justifica o professor. Ainda diz que há uma série de exemplos do quanto a pressão social está determinando a mudança nos comportamentos humanos. Com isso, o palestrante questiona “Como a sociedade contemporânea está utilizando os recursos que tem?”, explicando que ocorre uma espécie de “suicídio coletivo” pela questão da desigualdade. “Seria necessário analisar elementos materiais como o consumo de energia, a utilização de gases do efeito estufa, entre outros”, impõe Abramovay.
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No caso da Rio+20, Ricardo pontua economia verde e a governança, mas especifica que a governança está focada em produzir mais e que o necessário seria produzir menos, mas questiona “Como fazer menos? Como se organizar para emitir menos e utilizar menos materiais?”. Ele acredita que uma parte da resposta estaria em inovação com transição de energias fósseis por energias renováveis, por exemplo. Contudo “a inovação perderá o sentido, se não existirem limites”, justifica. Em sua opinião, os sistemas de inovação são sistemas antiquados no Brasil com exceção de alguns setores, pois os brasileiros pensam em produtividade do trabalho e produtividade do capital, muito mais do que pensam em melhorar recursos materiais que é o grande desafio.

Ricardo Abramovay também palestrou no evento da noite e concedeu uma entrevista para a IHU On-Line. Será possível conferir sua entrevista no sítio do IHU dentro dos próximos dias.

Por Luana Taís Nyland

Evite as sacolas plásticas!

Em 11 fevereiro, 2012 Comentar

Em São Paulo foi criada uma lei que proíbe a utilização de sacolinhas plásticas nos supermercados e isso causou diferentes opiniões. Há quem fique indignado, há quem concorde e há também quem não entende nada sobre o assunto. As sacolas plásticas vinham sendo utilizadas em larguíssima escala e, na maioria das vezes sem a menor necessidade (para carregar um litro de leite apenas, por exemplo, muita gente chegava a usar até duas sacolas). Dessa maneira, criou-se a lei de proibição das sacolas plásticas nos supermercados, com intuito de fazer o bem ao meio ambiente. Cada um deve fazer a sua parte e colaborar com a natureza, mas algumas pessoas ainda têm dúvidas sobre a verdadeira importância dessa lei para a natureza.

Com isso, a coordenadora do programa Tecnosociais do Instituto Humanitas Unisinos, Célia Maria Teixeira Severo, explicou e opinou sobre o assunto.

“Infelizmente, a utilização de sacolas plásticas já está incorporada na nossa rotina como algo normal, corriqueiro. Produzidas a partir de plástico filme (PEBD), elas não são biodegradáveis e levam séculos para se decompor na natureza, tornando cada um de nós, consumidores(as), um(a) colaborador(a) passivo(a) de um dos vários processos de degradação ambiental. Grande parte do lixo descartado inadequadamente contribui para os alagamentos urbanos, entupindo bueiros e impedindo a passagem da água ou indo parar nos rios, que desaguam no mar, sendo que, muitas vezes, as sacolinhas são confundidas, por animais marinhos, com alimento, que as ingerem e morrem engasgados ou asfixiados. Outra perspectiva a ser considerada é a de que a produção de sacolas plásticas contribui para o aquecimento global, pois os processos de refino do petróleo e da sua fabricação consomem água, energia, liberam efluentes e emitem gases poluentes. Essas e outras tantas possibilidades poluentes desencadeadas ao despejarmos bilhões de sacolas plásticas no mundo todos os anos, transformam o plástico em um grande vilão a ser combatido. Neste contexto, como sujeitos sensibilizados para estas questões, não basta que nos preocupemos apenas com as sacolinhas de supermercado. É só observarmos nosso consumo diário para constatarmos quanto plástico é utilizado para embalar roupas, eletrodomésticos, alimentos e outros tantos produtos de uso cotidiano. Torna-se fundamental que possamos desenvolver ações de educação sobre consumo responsável, coleta seletiva, reciclagem, geração de energia e readequação da utilização dos plásticos, além de buscar alternativas que propiciem a troca por embalagens ecológicas e sustentáveis. Certamente não será uma tarefa fácil, mas é urgente e extremamente necessária. Nosso planeta agradece.”
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É importante citar que foi realizada uma entrevista especial com Luiz Jacques Saldanha, ambientalista, para a IHU On-line e será publicada no sítio do IHU dentro dos próximos dias. Confira um trecho da entrevista sobre o novo paradigma ecológico do Brasil.
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“São aqueles que vivem da compra e venda e da oferta e procura que se mobilizaram para cumprir uma decisão local. Onde está o governo federal que deveria ser o primeiro, juntamente com os governos estaduais, principalmente os que se apresentam como vanguardas políticas e sociais, buscando um novo patamar para se apresentar na tal Rio+20? Parece que o “papel” de ecologistas e progressistas ficou mesmo para o setor que simplesmente não teria este compromisso de agente de transformação social. Enfim, este é o novo paradigma ecológico que vivemos no Brasil: são as raposas que estão cuidando do galinheiro.”
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Por Luana Taís Nyland
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Para ler mais:

O reencantamento do mundo

Em 29 novembro, 2011 Comentar
Para encerrar sua maratona de palestras na Unisinos, Serge Latouche, renomado economista,sociólogo e antropólogo francês, tratou, na sexta-feira (25), sobre a perspectiva ecoteológica da sociedade convivial. A palestra fez parte do  Ciclo de Palestras: Economia de Baixo Carbono. Limites e Possibilidades.
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De acordo com o economista, falar de economia como religião pode ser algo impróprio, entretanto a linguagem econômica está repleta de termos religiosos. “A Bíblia, por exemplo, possui inúmeras tarifações religiosas. Com isto, a fé se liga diretamente com o débito e o crédito”, afirma.
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Segundo Latouche, vivemos uma idolatria do dinheiro, sendo ele o “cordeiro de ouro que está sempre de pé”. Entretanto, o economista pondera que religião e economia são coisas diferentes.
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Em sua palestra, Latouche abordou dois pontos principais, com a finalidade de pensar a relação entre o decrescimento e o sagrado. São eles:
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– A existência de um culto quase universal e trans-histórico do valor encarnado (como ouro, prata, bens preciosos, aquilo que Alex Zanotelli chamou de “deus-dinheiro”) e o advento de uma nova fé no progresso e nos seus corolários (técnica, ciência, crescimento);
– A penetração da mercantilização e do dinheiro em todos os poros da vida social. É a partir desses elementos, defendeu o economista, que podemos falar de uma “religião da economia”.
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Leia aqui a matéria na íntegra produzida pelo jornalista Moisés Sbardelotto. A foto é de Stéfanie Telles.
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Ficou interessado no assunto? Durante a semana publicamos diversos materiais sobre as palestras e estudos do economista. Leia mais: