A culpa da crise não é do setor público, mas do setor privado e de seus recorrentes empréstimos aos bancos. Reeditando uma nova crise de 1930 na Europa e com reflexos em quase todo o mundo. É o que afirma um grupo de economistas que elaboraram o Manifesto pela razão econômica, documento que está disponível em versão pdf juntamente com a possibilidade da assinatura de todos que lerem o manifesto no site:
O manifesto nos convida a encarar de modo diferente a crise e o pensamento retrógrado que ainda muitos governos, empresas e pessoas confiam, o pensamento que apoia os cortes drásticos de gastos dos governos o que, segundo eles, não soluciona em nada o problema da crise.
Clique aqui para ter acesso ao manifesto traduzido Manifesto_pela_razao_econômica_-_traduzido
Por Wagner Altes
No intuito de provocar um debate sobre a possibilidade de a “crise” econômica ser, na verdade, uma farsa, criou-se a proposta do evento Ciclo de Filmes e Debates: Crise do Capitalismo no Cinema. O evento será realizado com a tentativa de levar o participante, por meio de quatro filmes, a refletir sobre a “crise” econômica iniciada em 2008 e que continua até os dias de hoje.
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Há uma gritante falta de ética dos agentes econômicos que reforça um fundamento antropológico, já presente em Adam Smith, de que o egoísmo dos humanos, buscando seus interesses particulares, geraria benefícios públicos, mas na verdade gera prejuízos públicos muito sérios.
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Para Gilberto A. Faggion, um dos coordenadores, esse Ciclo tem foco, acima de tudo, no ponto de vista do capitalismo financeiro. “O evento apresentará cinco filmes em uma ordem, na qual pode gerar questionamentos sobre as causas e as consequências do capitalismo financeiro, sem nenhuma regulamentação”, explica.
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Segundo o professor, os quatro filmes irão retratar e questionar até qual ponto pode-se deixar a “crise” da maneira que está. O evento é gratuito e seu início ocorre no dia 11 de setembro, terça-feira, às 19h30min, com o filme “A Doutrina de Choque“. Confira abaixo o trailer do filme que será debatido por Dr. Bruno Lima Rocha – Unisinos e Anderson D. G. dos Santos – Mestrando em Comunicação da Unisinos.
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Para conferir mais informações, acesse o sítio.
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Por Luana Taís Nyland
A Cúpula dos Povos conseguiu marcar fortemente todos aqueles que dela participaram. Quando os povos se somaram no Rio de Janeiro, trazendo a sua diversidade e as cores da esperança, os holofotes voltados para a Conferência Rio+20 não foram capazes de ignorar a força de mobilização deste encontro.
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Foi no marco da polarização entre as alternativas que vinham dos povos e a Conferência oficial, que aconteceu, no último dia 09 de agosto, o painel “Perspectivas socioambientais a partir da Rio+20”, promovido pelo Cepat – CJCias e parceiros. A mesa de debate contou com a participação de Darci Frigo (Terra de Direitos), Ir. Afonso Murad, professor na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), de Belo Horizonte, e Luiz Zarref (MST/Via Campesina). André Langer foi o moderador das discussões. (Nesta ordem na foto).
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De um modo geral, o debate apontou para diferenças fundamentais entre as chamadas “falsas soluções”, capitaneadas pelas grandes corporações e vislumbradas como saídas pelos Estados, com a etiqueta de economia verde, e os desafios enfrentados pelos povos, que iniciaram um processo de convergência nas agendas de lutas, fundamentados na crítica às verdadeiras raízes da crise socioambiental e fortalecidos pelo acúmulo de saberes e experiências sustentáveis dos povos.
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Entre os elementos abordados pelos painelistas, Afonso Murad destacou o “espaço livre e aberto” da Cúpula dos Povos. Darci Frigo apontou para a possibilidade de que “talvez estejamos vivendo um processo mais amplo de mobilizações sociais” e Luiz Zarref disse que é o momento de “ir para além das atividades fragmentadas”.
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Foi um debate riquíssimo, em que ficou claro o quanto é necessário continuar atento ao que se desencadeia a partir do Rio de Janeiro. Como bem lembrou Frigo, a convergência é o que antecede a unidade política entre os diversos movimentos e organizações. É necessário aguardar para perceber o que virá depois que todos assimilarem o sentido de tudo o que foi vivenciado.
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Por Jonas Jorge da Silva
Ultimamente a discussão sobre o projeto que modifica o cálculo para a aposentadoria está dando o que falar. O fator previdenciário é utilizado para o cálculo das aposentadorias, levando em conta a idade, tempo de contribuição e expectativa de vida do trabalhador, de acordo com o IBGE. Este mecanismo foi criado para evitar aposentadorias precoces no setor privado, reduzindo o déficit da Previdência Social.
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Líderes do governo defendem a adoção da regra chamada 85/95. Para se aposentar com o teto do benefício, a soma da idade e do tempo trabalhado deve resultar em 85 anos para mulheres e 95 anos para homens.
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Na última terça-feira, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, afirmou que a mudança do fator previdenciário é uma das prioridades do governo para o segundo semestre, defendendo a criação de uma “fórmula móvel”.
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O
Instituto Humanitas Unisinos – IHU está com uma enquete sobre este assunto:
o fator previdenciário deve ser extinto? Vote no nosso site (canto direito inferior) e não esqueça de deixar sua opinião aqui no blog.
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Confira também a entrevista especial que o economista
Eduardo Fagnani concedeu à
IHU On-Line aqui.
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Por Mariana Staudt
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Para ler mais:

Foto: Luana Taís Nyland
A cientista social Rosana Pinheiro-Machado (foto) explicou que a globalização popular Brasil x China é um fenômeno muito recente, apesar de os camelôs já estarem fazendo parte dela há muito tempo e serem considerados uma fatia importante para o crescimento da China, tornando-se responsáveis pelo desenvolvimento desse país. Na tarde de quinta-feira (03/05), a Profa. Dra. Rosana Pinheiro-Machado palestrou no evento IHU Ideias com o tema “As relações entre Brasil e China sob o ponto de vista da globalização popular” e contou sobre a cadeia global de mercadorias, incluindo tópicos como pirataria, mercadorias de preço baixo e pouca ou muita qualidade, muamba e regularização das mercadorias em alguns Estados.
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Rosana iniciou sua tese em 1999 pesquisando e analisando o trabalho no camelódromo de Porto Alegre (RS). Em 2003 iniciou suas viagens de ônibus com brasileiros que buscavam muambas no Paraguai para vender aqui, pois queria entender esse processo. Para compreender melhor a questão principal de sua tese (o motivo pelo qual o Paraguai foi escolhido para receber as mercadorias e as pessoas da China), a palestrante contou que foi morar um ano em Ciudad del Este e descobriu que o maior motivo foi e continua sendo as relações diplomáticas, além de o país ter fronteira internacional e possuir a menor taxação de produtos. Em 2006, a Doutora em Antropologia se mudou para a China com intuito de conhecer e estudar as fábricas de produtos falsificados.
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Não foi de um dia para o outro que a China começou a exportar. Precisava-se ter uma estrutura pronta para a exportação e a China tinha. Os chineses pensam que a economia informal da China colabora com o mercado, pois “não importa se o processo está errado, o que importa é que eles fazem circular a economia”, diz Rosana. A China vê a economia informal como necessária e o Brasil vê como resquício do seu movimento. A mão de obra é muito grande e há muita oferta de emprego, mas o sistema de trabalho é “total”, ou seja, salários baixos para os funcionários e condições totais como, por exemplo, trabalhar entre 12 e 15 horas diárias.
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A falsificação ocorre por um sistema de espionagem industrial muito grande e isso faz com que, muitas vezes, os produtos falsos cheguem antes dos originais no comércio. Há uma moda de cópias em que as fábricas trocam uma letra do nome (da marca) e, assim, o estado não pode aceitar como cópia regularizando os produtos. Na China há uma relação confusa entre o formal e o informal, pois as fábricas falsificam relógios, bolsas, brinquedos, remédios, coca-cola, ovos, tecnologias, obras de arte, entre outros produtos. Algumas empresas acreditam que esse mercado da falsificação pode ser utilizado como propaganda, pois elas produzem tanto os produtos originais, quanto os falsificados. Entre originalidade e cópia, Rosana questiona ao final da palestra “Por que a cópia é vista como uma ofensa e não como um elogio ao produto original?” colocando a reflexão.
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Por Luana Taís Nyland
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