Com 142 inscritos, iniciou nos dias 20 e 21 de março a sétima edição da Escola de Fé, Política e Trabalho, uma responsabilidade da Cáritas Caxias do Sul, em parceria com o Instituto Humanitas Unisinos – IHU, com o apoio da Diocese de Caxias do Sul.

Esta edição conta, a exemplo do que ocorreu nas edições passadas, com participantes de cidades como Gramado, Pelotas, Canoas, Porto Alegre, Vacaria, Montenegro e Santa Maria, num sinal claro de que a Escola assume um caráter importante de formação na sociedade em que vivemos.
A abertura foi feita pelo bispo da diocese, Dom Paulo Moretto, que encorajou os participantes a compreender o que está em sua volta, a identificar os sinais dos tempos, pensamento que atende o objetivo geral da Escola que é de “contribuir para a formação e articulação de lideranças nos vários âmbitos de atuação da realidade, gestando a criação de uma mentalidade nova, mais de acordo com o Ensino Social da Igreja, que permita um sentir e agir cristão comprometido e responsável pela construção de uma sociedade solidária.”
A primeira etapa trouxe a proposta de reflexão sobre “As grandes transformações: sócio-econômico, ético-cultural. Uma economia centrada em valores éticos” e contou com a presença no sábado da assessoria do Prof. Dr. César Sanson (CEPAT – Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores, de Curitiba).

Segundo ele, vivemos várias crises que não podem ser vistas de forma isoladas: crise ecológica, econômica, energética, ético-cultural e do trabalho estão interligadas, entrelaçadas e podem dar cabo da civilização humana. Por isso, é preciso enfrentá-las simultaneamente e reconhecer que o que desencadeou essas crises foi o fato de tornar a economia “senhora da sociedade”, uma crise no modo de produzir e no modo de consumir. Ou seja não vivemos uma crise conjuntural, de momentos, mas uma crise estrutural que está levando o planeta Terra
ao seu esgotamento.
No domingo tivemos a assessoria do Prof. MS Gilberto Antônio Faggion (Unisinos), que desenvolveu o tema a partir da “Economia a serviço da vida”, reforçando que a economia deve estar a serviço do humano e capaz de manter um sistema que tenha a obrigação de crescimento limitado.

Para ele, o planeta possui recursos limitados, e a crise ecológica representada pelo aquecimento global mostra que o sistema do capital que vivemos hoje, com uma cultura consumista, precisa mudar, tornando-se necessário criar de forma urgente o consenso de colocar a vida em primeiro lugar.
Todas essas crises citadas acima não surgiram por acaso e ao mesmo tempo como se alguém abrisse a ‘caixa de Pandora’, mas foram construídas ao longo do século XX, fruto de um consumismo desenfreado, de uma ganância, da busca de lucro acima de tudo, e traz em sua raiz uma grande “crise do sentido humano” com afirma o Prof. Sanson.
Somente com atitudes eficazes de construir uma sociedade sustentável com a natureza, com a ética solidária, seremos capazes de um mundo melhor, como diz o Prof. Faggion.
A próxima etapa acontece dias 17 e 18 de Abril com o tema: “Visão histórica dos projetos de nação, a partir de 1930” e contará com a assessoria da Profa. Dra. Eloísa Capovilla da Luz Ramos (Unisinos).

A Escola de Fé, Política e Trabalho realizará nos dias 24 e 25 de abril em Caravaggio a Feira de Economia Solidária. Uma iniciativa dos alunos da escola de 2009 que pretende mostrar que temos alternativas de economia baseada na geração de renda, cooperação, solidariedade, autogestão. Mais informações em: http://www.feiraecosolidaria.blogspot.com/.