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Da percepção do esgotamento de modelos tipicamente modernos, vem a intuição do filósofo francês Gilles Deleuze que, ainda na década de 1970, fazia uma crítica ao modelo civilizacional fundado no capitalismo contemporâneo. É a partir desta perspectiva que o Prof. Dr. Giuseppe Cocco, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, ministrará a conferência Políticas públicas, financeirização e crises. Um olhar a partir de Gilles Deleuze. A atividade integra o IV Colóquio Internacional IHU. Políticas Públicas, Financeirização e Crise Sistêmica e será realizada no dia 14-09-2016, às 10h45min, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros – IHU.

Nossas sociedades atravessam uma grave crise econômica que, assim como a de 2008, vem afetando diversas áreas e aumentando a desigualdade. Essas adversidades, segundo Giuseppe Cocco, são definidas como crises sistêmicas. “Vivemos uma crise sistêmica e ninguém sabe qual vai ser seu desfecho. Essa incerteza radical, transformada numa crise de confiança é o que define, paradoxalmente, a certeza quanto à dimensão única da crise”.

De acordo com Cocco, essas crises sistêmicas estão relacionadas aos processos de financeirização da vida. “Ainda pior quando é usado e, sobretudo, abusado para ‘justificar’ ou ‘explicar’ quase tudo. Em geral, é a desculpa esfarrapada para dizer que “os governos, pobres coitados”, são ‘reféns do capital financeiro’”, analisa.

Imagem: http://bit.ly/1M7BGEI

IV Colóquio

O evento visa debater três aspectos que tangem à vida moderna: financeirzação, políticas públicas e crises sistêmicas. Para discutir esses aspectos, além da presença do Prof. Dr. Giuseppe Cocco, estarão presentes renomados pesquisadores internacionais e nacionais. Entre eles, o Prof. Dr. Yann Moulier Boutang, economista e professor da Universidade de Tecnologia de Compiègne e professor no Centro Fernand-Braudel da Universidade de Binghamton-New York, e o Prof. Dr. Gaël Giraud, economista e pesquisador, conhecido como o “jesuíta que enfrenta os bancos”.

As atividades ocorrem nos dias 13 e 14 de setembro, na Sala Ignácio Ellacuría e Companheiros, no IHUConfira aqui a programação completa e como fazer sua inscrição.

Quem é Giuseppe Cocco

Giuseppe Cocco é graduado em Ciência Política pela Université de Paris VIII e pela Università degli Studi di Padova, é mestre em Ciência, Tecnologia e Sociedade pelo Conservatoire National des Arts et Métiers e em História Social pela Université de Paris I (Panthéon-Sorbonne), é doutor em História Social pela Université de Paris I (Panthéon-Sorbonne). Atualmente é professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e editor das revistas Global Brasil, Lugar Comum e Multitudes. Coordena a coleção A Política no Império (Civilização Brasileira).

Por Fernanda Forner

Vídeo:

Serviço:

Políticas públicas, financeirização e crises. Um olhar a partir de Gilles Deleuze

Conferencista: Prof. Dr. Giuseppe Cocco – Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
Data: 14 de setembro
Horário: Das 10h45min às 11h45min
Local: Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros – IHU (Campus São Leopoldo/RS)

Confira aqui a programação do evento completa.

Leia mais:

Imagem: http://bit.ly/1Oo0jLT

Diante das particularidades do capitalismo global, sobretudo nas últimas décadas, e seus desafios contemporâneos, o Instituto Humanitas UnisinosIHU realiza um debate sobre os processos de financeirização da vida humana. Para compreender as complexidades em jogo, o Prof. Dr. Yann Moulier Boutang, da Université de Technologie de Compiègne, da França, realizará a conferência Compreendendo a financeirização: conceito(s), origens, impactos e (im)possibilidades, no dia 13 de setembro, às 9h15. O evento integra o IV Colóquio Internacional IHU. Políticas Públicas, Financeirização e Crise Sistêmica, que ocorrerá nos dias 13 e 14 de setembro, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU.

Para Boutang o capitalismo cognitivo é a terceira fase posterior ao mercantilismo e ao capitalismo industrial, por isso é importante debater sobre o que é financeirização, como ela funciona e qual a sua relevância para a atual conjuntura. “No capitalismo cognitivo emerge o trabalho mais produtivo, criador de riquezas e suscetível de um novo modo de apropriação que é a cooperação dos cérebros conectados em rede numérica e a inteligência”, afirma o pesquisador em entrevista à IHU On-Line.

Além disso, Boutang defende que “o capitalismo cognitivo não é somente o novo estandarte da modernidade (como o capitalismo industrial o foi em relação ao escravagismo da economia de plantação), ele faz a leitura de uma visão radicalmente diversa da humanidade”.

Imagem: http://bit.ly/19m7cid

Quem é Yann Moulier Boutang

Yann Moulier Boutang participou ativamente do movimento de 1968. Em 1973, conheceu Antonio Negri, de quem permanece parceiro intelectual. Em 1974, criou a revista Camaradas, que desenvolve os temas da “Autonomia Operária”, conceito adotado então na Itália por militantes procedentes do operariado. Camaradas é um dos primeiros grupos do movimento autônomo na França. Após a autodissolução da revista, Boutang participou, de 1979 a 1981, do Centro Internacional para Novos Espaços de Liberdade – CINEL, uma iniciativa de Félix Guattari. É redator chefe da revista política, artística e filosófica Multitudes. Atualmente é professor de ciências econômicas na Universidade de Tecnologia de Compiègne e professor no Centro Fernand-Braudel da Universidade de Binghamton-New York, EUA.

De sua produção intelectual, destacamos: De l’esclavage au salariat. Économie historique du salariat bridé (Paris: PUF, 1998), Le droit dans la mondialisation: une perspective critique (Paris: PUF, 2002), Le capitalisme cognitif. La nouvelle grande transformation (Editions Amsterdam, 2007) e L’Abeille et l’Économiste (Paris: Carnets Nord, 2010).

Serviço:

Compreendendo a financeirização: conceito(s), origens, impactos e (im)possibilidades

Data: 13 de setembro
Horário: Das 9h15min às 10h15min
Local: Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros – IHU
Conferencista: Prof. Dr. Yann Moulier Boutang – Université de Technologie de Compiègne – UTC – França.

Confira a programação completa do IV Colóquio Internacional IHU. Políticas Públicas, Financeirização e Crise Sistêmica no sítio do IHU.

Faça sua inscrição aqui.

 Por Fernanda Forner

Para ler mais…

Atualmente, o Brasil vive uma crise política, econômica e social, resultando em um cenário de desemprego, mudanças políticas, instabilidade econômica, manifestações etc. A solução ainda parece estar longe e um dos fatores que contribuíram para agravar o problema econômico pode ter sido o Modelo Liberal PeriféricoMLP, segundo o economista Reinaldo Gonçalves.

                                  Fonte: Fundação Lauro Campos

O MLP tem como características centrais: liberalização, privatização, desregulação; subordinação e vulnerabilidade externa estrutural; e dominância do capital financeiro. O economista Reinaldo Gonçalves, doutor em Ciências Sociais pela University of Reading, na Inglaterra, é o criador dessa teoria e defende esse fator como uma das principais razões da crise econômica no Brasil. Ele será o ministrante da conferência A Necessidade de o Brasil romper com o Modelo Liberal Periférico, no próximo dia 06 de junho, às 19h30min, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU.

Em entrevista concedida ao Instituto Humanitas UnisinosIHU, Gonçalves disse que o MLP atua há 20 anos no país. “O MLP tem padrões específicos de dominação, acumulação e distribuição. No que se refere ao padrão de dominação, o MLP envolve pacto dos grupos dirigentes com os setores dominantes (empreiteiras, bancos, agronegócio e mineradoras) que aumenta a concentração de riqueza e poder”, afirma.

Durante o evento, Gonçalves explicará em que consiste o MLP e como o Brasil pode romper com este modelo. Segundo o economista, os países que utilizam esse padrão como modelo acabam negando qualquer chance de um projeto nacional. “No MLP brasileiro a trindade da economia política (dominação/acumulação/distribuição) é perversa, visto que é sustentada por um sistema político corrupto e clientelista”, aponta.

A atividade faz parte do ciclo de debates Economia Brasileira: Onde estamos e para onde vamos, organizado pelo Instituto Humanitas UnisinosIHU e que teve início no dia 12 de abril.

Sobre o autor

Reinaldo Gonçalves é formado em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em Economia pela Fundação Getulio Vargas (FGV-RJ) e doutor em Ciências Sociais pela University of Reading, na Inglaterra. Atualmente, é professor titular do curso de Economia na UFRJ.

Gonçalves vem criticando o plano econômico do Brasil desde o mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando chamou o governo Lula de “anomalia” e de “fracasso rotundo”.

O economista também é autor de vários livros sobre economia. Entre outros, destacam-se:

Economia internacional. Teoria e experiência brasileira (Rio de Janeiro: Elsevier, 2004), Economia política internacional. Fundamentos teóricos e as relações internacionais do Brasil (Rio de Janeiro: Elsevier, 2005) e Desenvolvimento às Avessas. Verdade, má-fé e ilusão no atual modelo brasileiro de desenvolvimento. Rio de Janeiro: LTC, 2013.

Por Matheus Freitas

Para ler mais:

Luiz Carlos Bresser-Pereira, economista, estará nesta segunda-feira na Unisinos, ministrando uma conferência que tem como tema central Economia Brasileira. Onde estamos e para onde vamos? O tema será abordado à luz da sua obra “A Construção Política do Brasil. Sociedade, Economia e Estado desde a Independência”, publicada em 2014, pela Editora 34.

A atividade, que integra o Ciclo de Debates Economia Brasileira. Onde estamos e para onde vamos? Um debate com os intérpretes do Brasil e o  I Ciclo de Estudos. Modos de existência e a contemporaneidade em debate. Reflexões transdisciplinares à luz de diferentes obras, promovidos pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU, ocorrerá dia 09 de maio, às 19h30min, no Auditório Central, na Unisinos São Leopoldo.

A Construção Política do Brasil

A obra de Bresser-Pereira, que foi apresentada pelo Prof. Ms. Gilberto Faggion na quinta-feira (05-05-2016), na conferência e debate ocorridos no Instituto Humanitas Unisinos – IHU, é “uma análise integrada da evolução da sociedade, da economia e da política brasileira desde a independência até a atualidade”.

Ao apresentar o livro do economista, Faggion destacou que um dos eixos centrais da obra é examinar “por que o crescimento Brasileiro é tão baixo desde o plano Real”.

Faggion durante apresentação do livro. Foto: Cristina Guerini / IHU

No livro, esclarece, o autor afirma que a atual crise econômica é decorrência dos erros na condução econômica dos governos anteriores e, além disso, destaca outro problema relevante, que culminou na atual recessão: o pior equívoco na orientação da política econômica do governo Dilma foi quando ela tentou caminhar para um modelo desenvolvimentista, ao batalhar pela redução da taxa Selic e pela desvalorização da moeda, “mas não poderia depreciar a moeda e ao mesmo tempo cortar os juros e expandir a despesa pública, porque isso aumentaria inevitavelmente a inflação”.

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Novo desenvolvimentismo

Bresser-Pereira defende o que ele denomina ‘novo desenvolvimentismo‘.

Segundo a síntese do livro apresentada pelo Prof. Ms. Gilberto Faggion, “o novo desenvolvimentismo busca substituir o Desenvolvimentismo clássico e é crítico da ortodoxia liberal, a qual, segundo o autor, adota a austeridade em qualquer contingência e não promove o desenvolvimento econômico. Ainda pratica sem saber populismo cambial, consumo elevado, desindustrialização e crises financeiras cíclicas.”

Luiz Carlos Bresser-Pereira

Foto: Greg Salibian/ Blog Socialista Morena

É professor emérito da Fundação Getúlio Vargas – FGV e da Escola de Economia de São Paulo. Foi Ministro da Fazenda nos governos Sarney e Fernando Henrique Cardoso. Doutor e livre docente em economia pela Universidade de São Paulo, foi professor visitante de desenvolvimento econômico na Universidade de Paris I, e de teoria política no Departamento de Ciência Política da USP. Foi também visitante da Oxford University e do Instituto de Estudos Avançados da USP. Desde 2003, oferece regularmente um seminário de um mês na École d’Hautes Études em Sciences Sociales, em Paris. Em 2010 recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Buenos Aires.

Assista a íntegra da apresentação do professor Faggion no Youtube.

O Ciclo de Estudos. Modos de existência e a contemporaneidade em debate segue com atividades até o dia 10 de novembro de 2016. A próxima atividade será a apresentação do livro O Circuito dos Afetos. Corpos Políticos, desamparo e o Fim do Indivíduo, de Vladimir Safatle, no dia 09 de junho. Veja a programação completa aqui.

Por Cristina Guerini

Para ler mais:

 

 

Imagem: http://bit.ly/214cNj8

As crises econômica e política que atingem o Brasil estão afetando diretamente o emprego e o salário dos brasileiros. Percebe-se este impacto não somente no valor dos produtos que estão nas prateleiras dos supermercados, mas também na rotina de milhares de pessoas. Com as empresas reduzindo o quadro de funcionários, e até mesmo fechando as portas, e com o Projeto de Terceirização, que provavelmente seguirá depois do impeachment para a votação no Senado, a taxa de desemprego é cada vez maior.

Em decorrência desses acontecimentos, o Instituto Humanitas Unisinos – IHU promove a palestra A atual crise econômica e o desemprego no Brasil, com Clemente Ganz Lúcio, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE. O evento ocorrerá no dia 28 de abril, das 19h às 20h30, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU.

Desemprego: o reflexo da crise no país

Ganz Lúcio, em artigo publicado no sítio do IHU, apresentou dados sobre o emprego e desemprego no ano de 2015 “As taxas de desemprego crescem nas regiões metropolitanas. Segundo o DIEESE e a Fundação Seade, de 2014 para 2015, o desemprego cresceu em São Paulo de 10,8% para 13,2%; em Salvador, de 17,4% para 18,7%; em Fortaleza de 7,6% para 8,6%; e em Porto Alegre, de 5,9% para 8,7%.” Ele afirma que “As consequências aparecem na redução do número de pessoas com carteira de trabalho assinada, algo que não se observava há uma década”.

O sociólogo defende que o reflexo do desemprego na indústria e na construção atinge mais os chefes de família, e no comércio e nos serviços afeta diretamente os mais jovens e as mulheres, pelo fato de terem que procurar um emprego para complementar a renda familiar. Segundo Ganz Lúcio, o fim da crise ainda é incerto. “O que podemos dizer aos jovens é que essa grande turbulência vai passar, que sairemos dela. O que ninguém sabe dizer é quando”, comenta.

Confira a entrevista e os artigos publicados por Clemente Ganz Lúcio, no sítio do IHU.

Por Fernanda Forner

Serviço:

Palestra: A atual crise econômica e o desemprego no Brasil
Data: 28 de abril
Horário: Das 19h às 20h30
Conferencista: Clemente Ganz Lúcio – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE
Local: Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros – IHU

 

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