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Um filme forte que mostra uma realidade universal embora retrate uma comunidade vulnerável da periferia de Buenos Aires. Elefante Branco, do diretor Pablo Trapero, é intenso e leva quem o assiste a uma reflexão profunda sobre os desafios de toda grande megalópole e sobre os problemas que a rodeiam.

Após a segunda exibição de Elefante Branco, que aconteceu na última quinta-feira na sala Ignácio Ellacuría, foi aberto pela Dra. Susana Rocca um momento de debate sobre as impressões que o filme tinha deixado no público presente.

Nicolás (Jérémie Renier) é um pároco sobrevivente de uma chacina no interior da Amazônia. Ao ser transferido para o bairro periférico Vila Virgem, encontra um cenário conflituoso em volta de uma obra não-acabada e uma população que vive numa situação de miséria e violência. Com a ajuda do padre Julián (Ricardo Darín) e da Assistente social Luciana, tenta por conta própria mudar a realidade do local, já que o governo e a própria Igreja não tomam partido do que ocorre na vila.

“É possível ver a leitura da dualidade entre as causas pessoais versus causas coletivas”, aponta a Dra. Susana Rocca referindo-se a uma das tônicas do filme que é a questão da culpa que atormenta o personagem Nicolás durante boa parte do tempo.

O Profesor de Ciências Sociais Carlos Gadea, participante do evento, valorizou o ponto de vista do diretor, mostrando como as coisas acontecem em comunidades vulneráveis, “Quando o padre vai embora, se não há investimento da prefeitura ou do governo ou ainda, se a polícia invade o local em busca de drogas, Toda aquela união que se tem, vem abaixo. A união é muito frágil nessas comunidades”.

A dureza da fotografia do filme ajuda a construir a sensação quase de angústia em algumas cenas. A trilha sonora de abertura “Las cosas que no se tocan” é urbana, combinando bem com a temática de Elefante Branco.

Confira a música da banda argentina Intoxicados “Las cosas que no se tocan”.

[youtube]zVElV7fSNpk[/youtube]

Por Wagner Altes

Pablo Trapero, diretor de cinema argentino, retrata pessoas comuns que desenvolvem atividades diárias e destaca as injustiças do contexto sócio-econômico da sociedade em que vive seus protagonistas.

Em seu recente filme, Trapero aponta o foco para a criminalidade, desvios de dinheiro, desigualdade social e outros temas que tendem a ser ocultos na mídia, revelando a história do verdadeiro Elefante Branco (Elefante Blanco), edifício localizado na Ciudad Oculta, na Villa Lugano, em Buenos Aires é uma estrutura semi-abandonada cujo destino era para ser o maior hospital da América Latina.
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A história do filme se passa em uma violenta favela, localizada na periferia de Buenos Aires, onde vive o padre Julián (Ricardo Darin). Ao lado de uma pequena equipe, capitaneada pela assistente social Luciana (Martina Gusman) e o recém-chegado padre Nicolás (Jérémie Renier), eles tentam ajudar a população local em meio a conflitos entre traficantes e polícia, com intuito de pedir mais interesse das autoridades públicas com a sociedade.
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Elefante Branco debate questões essenciais sobre a sociedade em que vivemos, como miséria, religião, política e afetividade. É uma história forte e muito bonita que também destaca memória à vida e obra do padre Carlos Mugica, e demonstra que talvez seja possível ainda salvar a humanidade através da esperança, da graça, do amor e da fé.
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O Instituto Humanitas Unisinos exibirá o filme em três sessões, no dia 6 de dezembro. A primeira ocorrerá das 9h às 11h, a segunda ocorrerá das 16h30min às 19h, seguida de debate com a Profa. Dra. Susana Rocca – Unisinos e a terceira sessão ocorrerá das 19h30min às 21h30min, todas na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU. O evento é gratuito. Acesse mais informações no sítio.
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Confira o trailer do filme!
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Por Luana Taís Nyland

Cerca de 30% das crianças são obesas ou estão acima do peso no Brasil e essa preocupação inspirou a criação do documentário ‘Muito Além do Peso’ que levanta os problemas sobre a obesidade infantil.
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O documentário atenta para o consumo de açúcares e gorduras e questiona responsabilidade da indústria de alimentos. Estela Renner, diretora e roteirista, pretende alertar os pais sobre os males que grande parte de produtos industrializados causam à saúde das crianças. O filme traz alerta também para o consumo de refrigerantes, prática comum entre 56% dos bebês com menos de um ano de idade no Brasil, a alta e precoce ingestão de açúcar, os hábitos alimentares menos saudáveis, pais desinformados, o malefício do bombardeio de propagandas e a clara predisposição das novas gerações serem ainda mais obesas.
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As consequências do sobrepeso infantil e as origens econômicas e sociais do fenômeno são tratadas no filme, assim como o contexto brasileiro é equiparado ao internacional, mostrando como a doença já se transformou em pandemia. O filme se afirma no depoimento das crianças, como é mostrado previamente no trailer, quando uma menina responde sobre o que falta na vida dela: sentido. Todos que sofrem ou já sofreram com a obesidade podem se identificar com os depoimentos, e os que não passaram por isso, provavelmente, começarão a pensar duas vezes antes de criticar quem está “muito além do peso” considerado saudável.
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A diretora se coloca como personagem para acentuar o esforço e ganhar a confiança daquelas que sofrem todos os estigmas por sua obesidade. Elas, as crianças, sentem prazer em beber refrigerantes, comer hambúrgueres, batatas fritas e bolachas. No entanto, não identificam a maioria dos legumes que possuímos em nosso país. Além disso, seus exames médicos poderiam se confundir com o de idosos enfermos, pois não praticam exercícios físicos.
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O documentário “Muito Além do Peso” estreou ontem, 16-11-2012, nos cinemas do Brasil. Sua primeira exibição foi na 36ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Com produção da Maria Farinha Filmes e o patrocínio do Instituto Alana, que atua na criação de políticas públicas em defesa da infância, o filme estará em cartaz durante as próximas semanas.
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Confira  o trailer.
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Por Luana Taís Nyland

Aris Hatzistefanou e Katerina Kitidi, jornalistas e realizadores, juntaram-se a Leonidas Vatikiotis, jornalista e economista especializado em crises econômicas, e montaram uma campanha de recolha de donativos nas redes sociais para recolherem dinheiro suficiente para produzir “Debtocracy”.
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Este filme tem 74 minutos e apresenta uma explicação detalhada sobre as causas da crise financeira que a Grécia atravessa neste momento, relacionando-a com toda a complexa situação mundial e apontando soluções possíveis para uma saída.
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A premissa é a de que se a democracia é feita para servir os cidadãos, o sistema, em vigor na Grécia, funciona para servir a dívida. “Dividocracia” explora uma teoria, segundo a qual, a dívida contraída pela Grécia pode ser considerada ilegal.
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Para debater o documentário do Ciclo de Filmes e Debates: Crise do Capitalismo no Cinema, o Prof. Dr. Bruno Lima Rocha – Unisinos e Anderson D. G. dos Santos – Mestrando em Comunicação da Unisinos estarão no IHU dia 30 de outubro, das 19h30min às 22h15min, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros. O evento é gratuito.
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Para compreender melhor o tema, confira a primeira parte do documentário no vídeo abaixo.
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[youtube]DXuBYn9Vccw[/youtube]

O livro “A Doutrina do Choque – A Ascensão do Capitalismo do Desastre“, de Naomi Klein, mostrou uma proposta de privatização que seria não uma solução emergencial, mas uma reforma permanente. No livro a ideia deu certo. Segundo Naomi, a doutrina do choque como todas as doutrinas é uma filosofia de poder. É uma filosofia sobre como conseguir seus próprios objetivos políticos e econômicos.
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Baseado neste livro, o britânico Michael Winterbottom (“O Caminho para Guantánamo”) e Mat Whitecross dirigiram o documentário “A Doutrina do Choque” que foi lançado em 2009. A obra trata de pregar resistência (à teoria da desregulação do mercado personificada pelo economista Milton Friedman) e ação popular que remodele a economia mundial.
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Com numerosas imagens de arquivo, “A Doutrina do Choque” se propõe a traçar um painel da implementação das ideias de Friedman e seu grupo de colaboradores na universidade, os “meninos de Chicago”, em distintas partes do mundo, a começar pela América Latina.
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A autora do livro participa do longa entrevistando pessoas e em extratos de palestras que profere, com a intenção por ela declarada de impedir que a “memória coletiva” se deixe tomar por uma enviesada versão da história do tempo corrente.
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O filme será exibido, comentado e debatido com o Prof. Dr. Bruno Lima Rocha – Unisinos e Anderson D. G. dos Santos – Mestrando em Comunicação da Unisinos, amanhã (11/09), a partir das 19h30min, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU. O evento é gratuito.
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Para conferir mais informações sobre o Ciclo de Filmes e Debates: Crise do Capitalismo no Cinema, acesse o sítio.
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Por Luana Taís Nyland