Arquivos da categoria ‘Análise de conjuntura’

“As eleições na maior metrópole brasileira e na mais cosmopolita cidade do país indicam a confluência de dois fenômenos: a grande transformação do campo religioso brasileiro em curso nas últimas décadas e a mobilidade social de expressivos setores populares ocorrida nos últimos anos.” Esse é o assunto da Análise de Conjuntura elaborada pelos colegas do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – CEPAT e por Cesar Sanson, professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, parceiros do IHU, publicada nas Notícias do Dia dessa semana.

Celso Russomanno, uma das grandes surpresas das eleições 2012, é de certa forma o amálgama desses dois fenômenos. Por um lado, parte expressiva da sua força eleitoral vem de sua ligação com as igrejas pentecostais e, por outro, de sua trajetória de ‘patrulheiro do consumidor’ construída em mais de duas décadas em programas televisivos. Há certa simbiose entre a teologia da prosperidade, a mobilidade social alavancada pelo consumo e o candidato ‘xerife do consumidor’”, analisam.

Além do apoio da Igreja Universal do Reino de Deus – IURD, da Assembleia de Deus, da Igreja Renascer e, quase, da Igreja Mundial do Poder de Deus  – IMPD, Russomanno faz um forte uso da mídia:

“É interessante observar o comentário do presidente do PRB e ex-vice-presidente da Record ouvido pelo jornalista Nélson de Sá: ‘O presidente do PRB, Marcos Pereira, ex-vice-presidente da Record, tem uma explicação melhor (para o sucesso de Celso Russomanno), que supostamente ouviu de Lula: para ter chances, um candidato precisa de partido forte, muito dinheiro ou rede de televisão. Com dois, já dá para vencer’.”

O fenômeno Russomanno em São Paulo surpreendeu, especialmente, o PT, que esperava disputar o segundo turno com José Serra. O PT, aliás, vai mal em todo o país. Em Porto Alegre, por exemplo, a disputa principal é entre os partidos PCdoB e PDT. Um dos motivos para essa queda de prestígio do partido pode ser o julgamento do “mensalão” pelo Supremo Tribunal Federal – STF, que fragiliza o PT de Lula. “A jornalista Rosângela Bittar comenta que o julgamento no STF pode significar um deslocamento de poder no PT”, finalizam.

Leia a conjuntura completa aqui.

Por Natália Scholz

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O governo Dilma Rousseff anunciou nos últimos dias um pacote de concessões de rodovias e ferrovias denominado de Programa de Investimento em Logística: Rodovias e Ferrovias. O pacote transfere para a iniciativa privada a manutenção, construção e exploração de 7,5 mil quilômetros de rodovias e 10 mil quilômetros de ferrovias.  Em breve, o pacote deverá ser ampliado com a incorporação de aeroportos e portos.
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Para acompanhar a privatização foi criada uma agência reguladora: a Empresa de Planejamento e Logística (EPL). O governo recusa o rótulo de privatização do programa. A presidente afirmou: “Hoje, estou tentando consertar em ferrovias alguns equívocos cometidos na privatização das ferrovias. Estou estruturando um modelo no qual vamos ter o direito de passagem de tantos quantos precisarem transportar sua carga. Na verdade, é o resgate da participação do investimento privado em ferrovias, mas também o fortalecimento das estruturas de investimento e regulação”.
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O fato incontestável, entretanto, é que “concessão” é um eufemismo para “privatização”. No modelo de Parceria Público-Privada (PPP) que serviu de âncora para o pacote, o Estado realiza os investimentos e repassa a exploração para a iniciativa privada. No caso da pura e simples privatização, o Estado vende os ativos para o setor privado. Ambas, entretanto, redundam no fato de que o Estado investe e, posteriormente, abre mão da propriedade dos ativos que lhe pertencem.
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O tema em pauta faz parte da Conjuntura da Semana “Governo Dilma retoma as privatizações” e para tratar dele com bom humor, uma das frases conjunturais selecionadas foi de Tutty Vasques, humorista, – O Estado de S. Paulo: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, diga ao povo que tanto faz se isso que a Dilma está fazendo é privatização ou concessão. E não se fala mais nisso, ok?”, 17-08-2012.
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Confira a análise completa da Conjuntura da Semana no sítio do IHU.

O assunto que não sai da mídia nas últimas semanas é a greve dos servidores públicos. O descontentamento dos funcionários com o governo Dilma não é recente: desde o começo do ano já se ouviam as reclamações.  O governo, entretanto, tolhido pela recessão mundial avisou que em 2012 não seria possível nenhum reajuste.

“Calcula-se que aproximadamente 350 mil estão em greve – praticamente a metade do quadro de servidores civis da União. Para piorar a situação, de ambos os lados, subiu a temperatura no tom da interlocução. O governo, num gesto de endurecimento, publicou o Decreto nº 7.777, que permite a substituição dos funcionários parados por servidores das mesmas carreiras em Estados e municípios e, ato contínuo, pediu o corte de ponto dos servidores em greve e sinalizou até mesmo com novos concursos” analisam os colegas do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – CEPAT e Cesar Sanson, professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, parceiros estratégicos do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, na Análise de Conjuntura dessa semana.

Outro tema retratado na Análise é a reforma do Código Florestal, que vai de mal a pior. “Nos trabalhos da comissão de 8 de agosto, a bancada ruralista simplesmente tratorou. Por 15 a 12, os ruralistas retiraram o status de Área de Preservação Permanente naqueles rios que secam em determinado período do ano, chamados intermitentes.”

“Para o cientista político Sérgio Abranches, a emenda aprovada na semana passada, não tem nenhuma base técnica. ‘Qualquer rio pode se tornar intermitente diante da erosão, do desmatamento e da mudança climática. Ela desprotege nesse momento metade dos rios brasileiros, mas tecnicamente desprotege todos os rios brasileiros. Parte desses rios alimentam vários dos rios chamados perenes (que não reduzem inteiramente seu fluxo durante a seca). É uma medida muito ruim, que evidentemente tem que ser bloqueada. Mas é esperado coisa muito pior. Aquilo ali é uma Caixa de Pandora, dali só sai monstro’, disse ele em seu comentário na Rádio CBN.”

Leia a Análise da Conjuntura completa aqui. Boa leitura!

Por Natália Scholz

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As últimas semanas estão sendo de fortes acontecimentos e agitação em toda a América Latina. Entre os destaques, há o golpe contra o governo de Fernando Lugo no Paraguai, desencadeando a entrada da Venezuela no Mercosul e que, por consequência, colocam Uruguai e Brasil na discussão. Além disso, a nova derrota das forças progressistas no México, a volta da crise econômica na Argentina, manifestações no Peru e Bolívia voltam as atenções do mundo para cá.
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A decisão de aceitar a Venezuela no Mercosul foi determinada em um encontro na cidade argentina de Mendoza, na reunião, dias após o golpe, em que o Paraguai foi desconvidado pelo órgão. O Brasil, como um dos maiores interessados no ingresso da Venezuela no bloco comercial sul-americano, teria tido um papel ativo no processo, pois o país tem interesses econômicos com o Estado comandado por Hugo Chávez.
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A posição da vizinha Argentina foi de condenação ao golpe paraguaio e acompanhou a defesa brasileira pela incorporação da Venezuela no Mercosul. O país, porém, volta a viver o cenário de uma crise econômica – a sétima desde 1975 –, vendo o ressurgimento da inflação e do desemprego, assim como a base de sustentação sindical ao governo de Cristina Kirchner enfraquecer.
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A Conjuntura da Semana apresenta uma (re)leitura das Notícias do Dia publicadas em nosso sítio sobre os últimos acontecimentos vivenciados na América Latina. A análise é elaborada pelos colegas do Centro de Pesquisa e Apoio Aos Trabalhadores – CEPAT em sintonia com o IHU. Confira!
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Por Mariana Staudt
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Desde a declaração feita pela presidente Dilma Rousseff, no início deste mês, a população brasileira tem feito essa pergunta. Além da aproximação com a data da Rio+20, também os problemas que vêm surgindo da construção de 27 hidrelétricas em todo o país chamam a atenção para a crise energética mundial.
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Em seu ponto de vista, Dilma afirma que, com o aumento do consumo da energia, nenhuma fonte renovável seria suficiente para o país. “Eu não posso falar: ‘Olha, é possível só com eólica iluminar o planeta.’ Não é. Só com solar? De maneira nenhuma”, aponta a governante. Ela teme que, na falta de “vento”, o país pare. “Reservatório de água a gente faz. Mas não faz reservatório de vento”, conclui.
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No contraponto, estão os movimentos sociais. Religiosos, ambientalistas, indígenas e até mesmo os sem-terra são cada vez mais contrários às fontes não-renováveis de energia. Eles apontam que a crise energética é sinal de exaustão do planeta e que, ao contrário do que disse a presidente sobre ser uma ideia fantasiosa, a produção de energia através de fontes renováveis é uma ‘ousadia’. “Fantasia é fazer de conta que não há limites”, alerta Aron Belinky, coordenador de processos internacionais do Instituto Vitae Civilis.
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A conjuntura da semana apresenta uma análise aprofundada sobre a matriz energética mundial. Elaborada pelos colegas do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – CEPAT em fina sintonia com o IHU, a conjuntura apresenta uma (re)leitura das Notícias do Dia publicadas diariamente em nosso site. Não deixe de conferir!
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