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O Observatório da realidade e das políticas públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, promoveu no dia 28 de julho a Oficina Realidades, Diagnóstico Socioterritorial e Mapa Falado, com a assessoria de MS Marlene Rosa de Oliveira Fiorotti e Acad. Roberto Pereira do Nascimento Junior, trabalhadores da Diretoria de Vigilância Socioassistencial do município de Canoas.

Oficina – Realidades, Diagnóstico Socioterritorial e Mapa Falado

O objetivo da oficina foi apresentar as referências e metodologia do Diagnóstico Socioterritorial e do processo de construção do Mapa Falado, que se constituem em estratégia fundamental para conhecer, analisar e debater sobre as realidades, em vista do planejamento de políticas públicas locais. A exposição foi realizada a partir da experiência realizada no município de Canoas.

A Oficina iniciou com a reflexão individual dos participantes sobre suas experiências de cidadania. Seguiu-se a socialização das experiências, revelando diferentes expressões, territórios e perspectivas de atuação, que, na sua maioria se constitui em redes.

Em um segundo momento, foram formados grupos para a realização de uma atividade. A estes grupos foram entregues mapas de alguns municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre, para que os participantes se identificassem como moradores e/ou trabalhadores destes territórios. A partir disso, a tarefa dada aos grupos foi de indicar os pontos de proteção e desproteção sociais, caracterizando as realidades que constituem cada território.

A partir daí foi apontado o desafio de que os grupos escolhessem um ponto de desproteção e indicassem estratégias para a sua superação. Assim, alguns dos pontos de desproteção apontados foram os de mobilidade urbana, infraestrutura urbana e acesso a saneamento básico.

A partir desta dinâmica, Marlene e Roberto apresentaram o Diagnóstico Socioterritorial de Canoas e o Mapa Falado elaborado, aliados aos seus resultados, avaliações e perspectivas futuras, que foi realizado no município de Canoas durante o ano de 2014.

Entenda o Diagnóstico Socioterritorial de Canoas
O Diagnóstico Socioterritorial é uma produção coletiva que envolveu a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social – Diretoria de Vigilância Socioassistencial de Canoas, e a Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Instituto Humanitas Unisinos e Curso de Serviço Social, com contribuições do Centro Universitário Lasalle – Observatório do Trabalho e a assessoria da Professora Dirce Koga.

Este exercício coletivo iniciou-se com levantamento dos indicadores sociais junto aos institutos de pesquisa, tais como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, bem como a outros possíveis produtores de informações nas políticas públicas, como Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de Segurança Pública, setor de monitoramento, entre outras instituições municipais.

Os indicadores sociais apresentam a realidade dos quadrantes e os seus respectivos bairros com georreferenciamento das informações coletadas. Para compor o diagnóstico foram realizadas pesquisas de campo para os quadrantes, com o envolvimento de todos os bairros em cada quadrante, com o objetivo de captar a realidade vivida em cada território.

Para tanto, foram feitas oficinas com a Rede intersetorial em cada quadrante, seguida por oficinas com a população e com representação de todos os bairros do referido quadrante, bem como entrevista com a população em geral em lugares variados da cidade, quais sejam: ponto de ônibus, no Centro de Referência de Assistência Social, na Unidade de Saúde, na escola, na associação de Moradores, no salão da igreja, entre outros.

A pesquisa que direcionou a construção do diagnóstico socioterritorial foi a questão de proteção e desproteção social no território. Sendo assim, este diagnóstico desde a sua origem fez o exercício de leitura de realidade neste sentido, buscando parceria com as políticas sociais em geral da cidade.

Para além do “mapeamento” da população em vulnerabilidade e territórios com incidência de pobreza, o diagnóstico quer sinalizar em que medida a proteção social está sendo efetivada e o que precisa ser melhorado para o enfrentamento da desproteção social no e do território.

O diagnóstico socioterritorial ora apresentado será uma das principais ferramentas para planejamento, intervenção, monitoramento e avaliação da política de assistência social, em articulação com as demais políticas públicas locais.

Entenda o Mapa Falado

O Mapa Falado foi construído a partir da dinâmica do Diagnóstico Socioterritorial, que contou com a participação da comunidade. Foram indicados os pontos de proteção e desproteção social com o auxílio de mapas georreferenciados, em encontros realizados em cada quadrante. Por isso, a denominação Mapa Falado.

Esta experiência foi apresentada no 3° Simpósio de Investigação e Ação Participativa, em Bogotá, na Colômbia. Marlene comentou que algumas experiências semelhantes ao Mapa Falado de Canoas foram realizadas em outros países e denominadas de Cartografia Social.

Por Marilene Maia e Matheus Nienow.

Para ler mais:

O Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, realizou, no dia 23 de junho, a Oficina Realidades da Região Metropolitana de Porto Alegre e o Atlas do Desenvolvimento Humano, com a participação do Observatório da Cidade de Porto Alegre – Observa POA, representado pela profª Liane Bayard, pelo estatístico Rodrigo Coster e pelo sociólogo Rodrigo Rangel.

Foto: Rafael Casagrande

Inicialmente, a equipe fez uma breve explanação sobre o ObservaPOA apresentando os principais objetivos e ações do Observatório, que disponibiliza as informações de toda a cidade para os cidadãos de Porto Alegre. Em seguida, foram apresentados alguns instrumentos que o ObservaPOA utiliza para disseminar as informações coletadas em diversas bases de dados públicas.

A ferramenta Porto Alegre em Análise é um Portal que disponibiliza aproximadamente 160 indicadores sobre a cidade de Porto Alegre e também oferece a possibilidade de pesquisa por regiões e bairros. É importante ressaltar que todos os indicadores estão disponíveis para download, aspecto relevante para os cidadãos que têm o direito de acesso à informação.

As informações dispostas neste portal são de fácil acesso e os links para acessar infográficos favorecem o entendimento dos dados, na perspectiva do fortalecimento do controle social das políticas públicas pelos cidadãos.

Outra ferramenta utilizada é a Porto Alegre em Mapas, que possibilita conhecer os equipamentos de Serviços Públicos em toda a cidade, inclusive por região e bairro.

O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil é uma plataforma de consulta ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM de 5.565 municípios brasileiros, 27 Unidades da Federação – UF, 20 Regiões Metropolitanas – RM e suas respectivas Unidades de Desenvolvimento Humano – UDH. O Atlas apresenta, além do IDHM, mais de 200 indicadores de demografia, educação, renda, trabalho, habitação e vulnerabilidade, com dados extraídos dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010. Desta forma, o Atlas engloba o Atlas do Desenvolvimento Humano nos Municípios e o Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolitanas.

A Oficina constituiu-se em um espaço de apresentação da plataforma, seu funcionamento, a metodologia de sistematização e análise dos dados, assim como seus resultados e aplicabilidade para o planejamento, monitoramento, avaliação e controle social das políticas públicas.

Das 75 Regiões Metropolitanas no Brasil, apenas 16 conseguiram compor o documento do Atlas com suas informações, e a Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA foi uma delas.

Esta plataforma é valorizada pela sua composição e apresentação, facilitando o acesso universal. Observou-se, no entanto, que as Universidades é que mais utilizam esta ferramenta. Publicizar mais largamente o Atlas é uma tarefa a ser assumida pelos Observatórios e outras instâncias comprometidas com a democratização da informação.

Confira o vídeo publicado pelo PNUDBrasil sobre o Atlas Brasil 2013:

[youtuber youtube=’http://www.youtube.com/watch?v=K7Cftgj250Y’]

Nota elaborada por:  Daiani Michaelsen, Marilene Maia e Matheus Nienow

Para ler mais:

Os acontecimentos de junho de 2013 – as grandes manifestações serpenteando as ruas das principais cidades brasileiras – colocaram o país no cenário mundial das multidões que tomaram as ruas e praças nesse início de século. Tahrir, Puerta do Sol e Taksim também acontece aqui. Por que o Brasil? Por que agora? Qual o significado dessas manifestações? Qual é a sua potência e o seu devir?
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O assombro que virou o país de cabeça para baixo nas últimas semanas – e permanece – suscita mais perguntas do que respostas. Aqueles que já têm as respostas definitivas para o que está acontecendo também são aqueles que não previram o que iria acontecer. Assumir a condição da fragilidade na análise é a primeira condição para se aproximar dos acontecimentos.
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A Análise de Conjuntura dessa semana trouxe o tema que mais chamou a atenção do mundo inteiro durante o mês de junho: as manifestações. Tanto aqui no Brasil, quanto em outros países, os protestos têm mobilizado pessoas de diversas idades e ideologias.
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O Movimento Passe Livre – MPL conseguiu reduzir a tarifa de ônibus e os manifestantes continuam gritando por melhorias na saúde, na educação e em todos os outros setores que não são atendidos pelo governo.
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A análise da Conjuntura da Semana é uma (re) leitura das Notícias do Dia publicadas diariamente no sítio do IHU. A análise é elaborada, em fina sintonia com o Instituto Humanitas Unisinos – IHU, pelos colegas do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – CEPAT, parceiro estratégico do IHU, com sede em Curitiba-PR, e por Cesar Sanson, professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, parceiro do IHU na elaboração das Notícias do Dia.
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Para ler toda a análise conjuntural, acesse o nosso site.
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Leia as entrevistas diárias que foram realizadas sobre o tema:

Papa Francisco: o nome como programa para o Pontificado. A escolha de Bergoglio retumbou como uma surpresa confirmada nos gestos. Uma Igreja mais simples, próxima, peregrina e despojada. A utopia de uma Igreja pobre e dos pobres.” A análise de Conjuntura desta semana, elaborada pelos colegas do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – CEPAT, com sede em Curitiba-PR, e por Cesar Sanson, professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRNO, tem por objetivo elucidar o significado dos gestos e discursos emitidos nas primeiras semanas de pontificado do Papa Francisco.
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Bento XVI, surpreendendo a muitos fiéis, autoridades mundiais, teólogos e especialistas, na manhã do dia 11 de fevereiro deste ano, serenamente anunciou a sua renúncia.  Agora, a ainda recente eleição do cardeal Jorge Mario Bergoglio para a sua sucessão enche a todos de um misto de esperança, expectativas e muitas indagações a respeito dos novos rumos da Igreja.
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“Parece que Bergoglio não é daquele tipo de personalidade presumível, que se encaixa facilmente em estereótipos”, escrevem. Quando o novo papa surgiu na sacada da Basílica de São Pedro, logo o mundo católico se surpreendeu com a reação discreta e contida do agora Papa Francisco. Ao pedir para que os fiéis rezassem por ele, mostrou humildade e sentido de comunidade com todos. A escolha do nome Francisco comoveu aos que sonham com uma Igreja mais pobre e lutam por um mundo justo, fraterno e de relações harmônicas. O próprio papa publicou em seu Twitter, após a sua primeira missa, no dia 19 de março, “O verdadeiro poder é o serviço. O papa deve servir a todos, especialmente aos mais pobres, aos mais fracos, aos mais pequeninos”.
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A pergunta que se faz é “até quando vai durar a ‘lua de mel‘ do Papa Francisco?”.
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Leia a Conjuntura da Semana na íntegra.
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Por Luana Taís Nyland
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Para ler mais:

“O ano de 2013 anuncia mais do mesmo. O foco central permanece na economia como meio e fim na estratégia governamental de inclusão social. A concepção do modelo em curso sugere a inclusão via mercado. Já não se trata de um modelo de transformação, via reformas estruturais, mas de aderência à lógica produtivista-consumista e mitigação da pobreza via programas e políticas sociais compensatórias”.

A Análise de conjuntura desta semana, artigo elaborado pelo Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – CEPAT, parceiro estratégico do Instituto Humanitas Unisinos – IHU e por Cesar Sanson, professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.  aponta também que em função dessa tendência, A presidente Dilma começa o ano voltando-se mais para a questão do capital e não dos movimentos sociais.  Ou seja, 2013 será o ano da economia.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), “a pauta da Reforma Agrária do governo caminhou em um ritmo inversamente proporcional à velocidade e intensidade do agronegócio. A permissividade irrestrita concedida à bancada ruralista dominou internamente o governo e fez paralisar não só o Incra, mas tudo aquilo que pudesse interferir em seus interesses”.

A Conjuntura da semana também aborda os temas Política habitacional, os avanços e desafios da Saúde e da Educação. A posição do governo ante seu caráter rentista e que se mostra, por vezes, impedido de lidar mais com o campo do social e por fim, uma análise que projeta a possível ascensão dos movimentos sociais em 2013.

Confira os detalhes dessa análise lendo-a na íntegra.

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