Em época de globalização neoliberal, com a desigualdade social se alastrando mundialmente e na esperança de um futuro próspero, as migrações se tornaram um fenômeno corrente nos dias de hoje. Milhares de pessoas deixam seus países na expectativa de uma vida melhor, o que faz com que migrantes senegaleses, haitianos, bolivianos, angolanos, ganeses, entre outros, cheguem ao Brasil e ao Rio Grande do Sul.
Com base nesses fatos, os professores Dirceu Benincá, doutor em Sociologia, e Vânia Aguiar Pinheiro, pesquisadora do tema Identidade e Migrações, pesquisaram a situação dos migrantes senegaleses em solo gaúcho e produziram o artigo Migrantes por necessidade: o caso dos senegaleses no Norte do Rio Grande do Sul, publicado pelo Cadernos IHU ideias, edição 232.
Na publicação, os professores destacam o preconceito religioso, o racismo, a diáspora persistente, as dificuldades para conseguir documentos e a submissão a qualquer tipo de trabalho, ficando sob a dependência do capital, que precariza ainda mais as condições desses migrantes trabalhadores.
No entanto, apesar de muitos obstáculos e da longa viagem à procura da “terra prometida” – que passa por Madri (Espanha), Quito (Equador), São Paulo e, finalmente, Erechim -, entre os migrantes persiste o sonho incomum de ajudar a família que ficou no Senegal e, um dia, regressar para casa.
Por Cristina Guerini
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