O assunto que não sai da mídia nas últimas semanas é a greve dos servidores públicos. O descontentamento dos funcionários com o governo Dilma não é recente: desde o começo do ano já se ouviam as reclamações. O governo, entretanto, tolhido pela recessão mundial avisou que em 2012 não seria possível nenhum reajuste.
“Calcula-se que aproximadamente 350 mil estão em greve – praticamente a metade do quadro de servidores civis da União. Para piorar a situação, de ambos os lados, subiu a temperatura no tom da interlocução. O governo, num gesto de endurecimento, publicou o Decreto nº 7.777, que permite a substituição dos funcionários parados por servidores das mesmas carreiras em Estados e municípios e, ato contínuo, pediu o corte de ponto dos servidores em greve e sinalizou até mesmo com novos concursos” analisam os colegas do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – CEPAT e Cesar Sanson, professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, parceiros estratégicos do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, na Análise de Conjuntura dessa semana.
Outro tema retratado na Análise é a reforma do Código Florestal, que vai de mal a pior. “Nos trabalhos da comissão de 8 de agosto, a bancada ruralista simplesmente tratorou. Por 15 a 12, os ruralistas retiraram o status de Área de Preservação Permanente naqueles rios que secam em determinado período do ano, chamados intermitentes.”
“Para o cientista político Sérgio Abranches, a emenda aprovada na semana passada, não tem nenhuma base técnica. ‘Qualquer rio pode se tornar intermitente diante da erosão, do desmatamento e da mudança climática. Ela desprotege nesse momento metade dos rios brasileiros, mas tecnicamente desprotege todos os rios brasileiros. Parte desses rios alimentam vários dos rios chamados perenes (que não reduzem inteiramente seu fluxo durante a seca). É uma medida muito ruim, que evidentemente tem que ser bloqueada. Mas é esperado coisa muito pior. Aquilo ali é uma Caixa de Pandora, dali só sai monstro’, disse ele em seu comentário na Rádio CBN.”
Leia a Análise da Conjuntura completa aqui. Boa leitura!
Por Natália Scholz
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